E lá vem o segredo de justiça. Esta coisa que protege a investigação, o bom nome do arguido, do juiz, do procurador, etc. O caso da criança Madeleine no Algarve e os esclarecimentos públicos que têm sido prestado deveriam deixar-nos orgulhosos do nosso País e do segredo de justiça.
Mas quem são aqueles jornalistas bifes para virem ao País do Choque Tecnógico, da Transparência da Admitração Pública, no fundo, à Filândia do Mediterrâneo exigir informação? Mas aquela cambada de esponjas alcoólicas não sabe que em Portugal temos o segredo de justiça?
Qualquer pessoa no mundo civilizado sabe que em Portugal existe o segredo de justiça. E que, portanto, mesmo que se tenham 180 inspectores no terreno, um embaixador no Algarve, polícias ingleses a aterrarem cá, dois países atentos ao desenrolar de uma situação – nada pode ser dito por obediência ao segredo de justiça.
Infelizmente, as pessoas só ficam a perceber o que é o ridículo do segredo de justiça com o desaparecimento de uma criança.
Que, por azar, é inglesa. E que, também por azar, mobilizou a comunicação social de lá. Que, por ignorância completa, está a transmitir o que de pior havia no Portugal de Salazar: Um Portugal fechado, onde as instituições não têm por hábito prestar esclarecimentos públicos, um País bolorento, na era medieval, enquanto o mundo inteiro já abraçou a sociedade da comunicação. Um País com o segredo de justiça. I Love Portugal!
In GLQL
Nota: de facto um passarinho contou-me a enorme dificuldade dos nossos inspectores em explicarem esta questão aos colegas ingleses.
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2 comments:
Posso concordar com grande parte do que dizes mas estás a esquecer o fundamental: os pais foram inconscientes ao deixar dois bébés menores de 1 ano e a Madeleine sozinhos, e parece que isto se passou ao longo das suas férias no Algarve. Eles são os principais responsáveis, não a nossa Polícia. Acho também que já chega de dizer mal de Portugal, asseguro-lhe que no estrangeiro não é melhor, e eu já corri essa Europa afora. Veja-se quantas crianças desaparecem anualmente no Reino Unido e na Suiça, por exemplo. Chega de dizer mal e de procurar culpados onde não os há.
Conheço um casal Português em Londres que por muito menos quase lhe retiraram o filho, felizmente o rapazito lá falou e explicou que tinha caído e que os pais não tinham nada a ver com a sua queda, mas as autoridades britânicas já estavam prontas a retirar a criança a pais amorosos. Pergunto-me o que vai acontecer quando estes pais que abandonaram os filhos chegarem a Inglaterra... E o que espera o Sistema Judicial Português para os acusar de negligência?
Como sabe Miguel, a questão aqui é a do segredo de justiça, não a da negligência, no caso até crime de abandono, dos pais e que reveste o carácter de crime público.
Esta questão, a do segredo de justiça, de dificil explicação para os congeneres ingleses, com um sistema juridico diverso do nosso.
Quando à questão de abandono, sendo pai, conhecendo bem a Praia da Luz onde passo alguns dias do ano em casa de um amigo a escassos metros onde esta caso teve lugar, em altura nehuma os meus filhos ou os do dono da casa ficaram sozinhos, mesmo dormindo num andar diferente, tudo estava trancado de forma a que só com um barulho descomunal seria possivel entrar em casa, não tenho uma opinião diferente da sua.
Mas existe uma grande dose de incompreensão mutua que poderá tb ter origem nesta pequena grande diferença entre sistemas de investigação e inquerito.
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