2006/06/22

Um programa de televisão (pública) para todos

O que eu gostava mesmo era de um prós e contras mais musculado, coisa para malta que considera o serviço público de televisão como coisa viável, assim, séria.
Não era muito mais útil e até educativo, física e mentalmente atractivo, um “prós e contras” estilo WWF?

Para começar mandávamos a Fátima Campos Ferreira para a porta de entrada distribuir cartazes de apoio, para a porta de um pavilhão qualquer, de decote ousado, coisa que garantia a entrada de pelo menos 10 intelectuais, para dizerem bem do programa, tipo Barreto e JPP, talvez o indeciso Medeiros Ferreira porque o Prado Coelho não precisaria de ser convencido a dizer bem de nada, basta ele escrever para cada um tirar as conclusões que lhe apetecer.
Perdi-me outra vez…

Bom, o que eu gostava era mesmo disso, de um “prós e contras” com aquele nevoeiro que se usa nos concertos mais reles, com o Jorge Gabriel a anunciar os intervenientes aos gritos

“…. e agora de fato cinzento e gravata cremezinho, na mesa dos prós… Meeeeeediiiináááá Carreiráááá´!
(pausa dramática)
E no canto do contra o actual campeão nacional Viiiiiital Moreirááá´!!!”

Os dois entravam ao som de música com fogo de artifício e roupões garridos e por aí a fora.
Isto tudo com regras, obviamente.

Assim, o primeiro que dissesse, Não foi isso que eu disse ó Senhor Doutor era penalizado com falta técnica e o público poderia manifestar-se livremente, aos urros se preciso fosse.

Apesar de tudo sempre era mais fiel ao espírito do programa. Afinal qual é a graça de horas de debate e leves indirectas, falsas ofensas e sorrisos cúmplices? Se é para gramar uma telenovela mexicana mais vale que seja a sério.











Medina Carreira subjuga Vital Moreira

2006/06/19

Futebol simples não é futebol.

É assim mesmo meus caros palermas! Na sala, na praia e no carro. Bandeiras e pontapés. Ai! Ai! E a crise?! A vida não pode ser só futebol! Não pode?!! Pode, pode…e é. Não será para sempre, pouca coisa dura para sempre mas por ora… não se pensa nem se fala em mais nada e convenhamos, haverá coisa mais clarificadora do que assistir numa tasca a um jogo de futebol, ver as reacções de ingleses, brasileiros, alemães e portugueses num qualquer bar do Algarve à dança do Cristiano Ronaldo?

Não, não há.

Cruijff achava que era difícil jogar de uma forma simples, mas não é, o que não tem faltado neste campeonato é simplicidade, anda tudo numa de simplesmente jogar, o que até pode ser futebol, mas suscita o mesmo tipo de entusiasmo, simples, discreto, calmo…uma merda. Afinal haverá alguma coisa mais extraordinária que o coro conjunto de mil nações maravilhadas com aquele “vai não vai” do miúdo? Aquele “wohhhhh!” que sai instintivamente das gargantas de bifes, brasucas e tugas, aquele congelar de canecas e copos de cerveja a caminho da boca quando o miúdo tenta passar entre 4 gajos?

Não, não há e mais também não há crise nenhuma que valha um corno…

Não perceberam... vão ler isto... e já agora, alguém que tenha assistido ao Brasil de 1982 se esqueceu do que viu nesses dias? Eu não.

2006/06/09

Eu até nem gosto de telenovelas...




bom... parece que esta senhora é actriz numa telenovela brasileira que dá cá... ora bem...eu ...errr. não sei qual é....mas podiam-me ter avisado que eram tão...errr....interessantes... as novelas...errr...eu não sabia...quer dizer...bom... lá teremos de ver a telenovela.... lá terá de ser...

Zarqawi foi assassinado

…dizia-me uma simpática pessoa amiga.

“Dê lá por onde der, o que fizeram foi um atentado à vida dessa pessoa. Ela era má, era um monstro, mas nós fizemos o mesmo. Matamos o gajo.”

Ora que porra! Ó amiginho! Por uma questão de decência não me pus a dançar pela morte do “monstro”, só por isso. Entre atentado e um acto de guerra até podemos discutir, podemos… vá lá… trocar umas impressões eruditas e cheias de café. Podemos.

Matámos uma ameaça à espécie humana, digo eu.

Quem degola um ser humano amarrado, que grita e esperneia enquanto sente a sua cabeça ser separada do corpo, não é bem um ser humano, é outra coisa.

E bem podes estafar-te a convencer-me das origens dessa perda de humanidade que daqui não me mexo.

Morreu aquela besta foi? Mataram-no? Matámo-lo?!

Ora ainda bem.

2006/06/06

Ora vamos lá ver

Depois de reflectir sobre isto, dirigi umas palavrinhas ao pessoal cá da chafarica.

Minhas senhoras e meus senhores…

(silêncio)

Não há dinheiro para pagar a todos, sendo que todos já são demais, anda por aqui gente que mais não faz que descascar laranjas e atazanar o juízo dos outros, há mesmo uns que são de partidos políticos pouco recomendáveis.

(Algumas tosses de nervosismo)

Bom mas adiante…

Assim, para que depois não digam que eu não tenho sensibilidade social, vou convidar uns tantos a irem trabalhar para outro lado, o que é voluntário, não obrigo ninguém… A propósito de trabalho, o Zé, o Miguel, a Berta e o Duarte vão trabalhar a partir de hoje em novas instalações, aquela salinha lá no fundo, sem janelas (eu já lá pus o quadro catita para alegrar) a dobrar caixas de papelão até ... Dezembro.

(Os referidos palermas agitam-se nos lugares)

Como eu dizia, não se obriga ninguém a sair, é voluntário. Mas quem quiser sair fica garantido que recebe aí um terço do que ganha nos primeiros tempos que já estiver a trabalhar noutro sítio. Tão a ver? Até nem é mau.

(Os palermas fazem contas à vida)

Como sabem, eu preocupo-me muito com a eficiência deste pardieiro pelo que criarei uns prémios de desempenho para os melhores funcionários, em dinheirinho…claro que só há dinheiro se alguém resolver sair, é com o dinheiro que sobrar dos ordenados que não vamos pagar.

(Os estúpidos olham uns para os outros)

Portanto…entendam-se lá uns com os outros senão, olha, não há prémios para ninguém…

(Os estúpidos olham uns para os outros e em especial para os palermas)

Onde é que eu ia?...

(Um dos palermas começa a arrumar a tralha)

Ah! Andam para aí uns zunzuns que a Clarinha e eu temos um caso.

(Tudo a olhar para o chão...os hipócritas)

Ora bem, para que fique bem claro, eu não tenho nada com a Clarinha, que anda muito transtornada com este assunto, eu sou um homem casado e feliz e não aprecio disparates deste género.

(A Clarinha olha com ar reprovador para os estúpidos... Tem cá um par... de olhos)

Para terminar, queria dar os parabéns ao Gabriel que foi eleito na quinta-feira na secção do Partido cá da freguesia, qualquer dia é ministro!!!

(Cabrão, tenho de dar graxa... é por causa de ti que o partido não passa da cepa torta)

Hehehe…Bom. Agora vamos lá trabalhar que a vida não é só isto.

(Nota: tenho de dizer à Clarinha que já reservei hotel para dois para o Congresso do Partido... nunca se sabe)

2006/06/02

O Dia do Labrador

Um grupo de génios parlamentares justificaram a criação do dia do Cão com o facto de este ter um papel relevante no combate ao tráfico de droga, guia para cegos ou outros cidadãos portadores de deficiência. Ora, o cão do meu vizinho, ilustre rafeiro nascido de uma Labradora promíscua e um Serra da Estrela discreto, mostrou-se deveras indignado porque o projecto do PSD privilegiava claramente as origens nobres da sua mãe e excluía as origens mais humildes de seu pai.

Um Dálmata amigo também confessou que o projecto só contemplava uma ou duas raças, em especial os Labradores, deixando de fora muitos outros o que era claramente injusto. Nas palavras dele: “se não fosse a época de Natal e os filmes da Disney já nem havia pessoas com’á gente!”