2007/06/27

Quandos os liberais acumunistam

Que bonita confusão de narizes em que se envolveram CAA e Carlos do Carmo Carapinha, (avesso a siglas), sobre uma troca de opiniões mais acalorada.



CAA, que merece menos atenção que se possa julgar, escreve coisas muito acertadas, acertadas, disparates e por vezes, anormalidades cósmicas que de, quando em vez, se dispõe a apagar antes que atinjam proporções maiores.

Carlos do Carmo Carapinha, também.

A blogosfera é o local ideal para tais coisas, isso torna-a rica e digna de nota.

Se há alguma coisa em que posso concordar nesta história toda, sem grande importância de resto, é uma enervante tendência para os liberais se aproximarem cada vez mais, na forma e métodos de argumentação, dos velhos rapazes do extinto Barnabé.

Aquilo a que VPV um dia criticou em Cavaco e Vital Moreira, a vertigem de procurarem a desclassificação do adversário como elemento válido numa discussão, o que é pena e os cobre de vergonha.

Siglas & Siglas

Foi com alguma previsibilidade que li o que FAL escreveu sobre FN a propósito das confusões cómicas sobre a EPAL, EPUL e IPPAR no DN.

Previsível porque só um marciano que não leia o FAL no CF e no DN, sabendo com que linhas se cose na AR, imaginaria que existiria alguma diferença entre o jornalista FAL no DN e o FAL no CF, mais o FAL que bebe de HLC e HF aquilo que sabe escrever sobre seja o que for.
FAL lá vai KISS enquanto pode, imaginando que quem o realmente lê possui um QI tão baixo que não veja bem que entre o que escreve FAL e diz HLC,HF, etc... não existe diferença.

2007/06/15

As Margaridas desta vida

Confesso que abri o Diário de Notícias, sim eu costumo abrir o diário porque estou em fase de treinar um cachorro a fazer chichi o mais perto possível da caixa de serradura, ele ainda não está convencido que a dita absorva melhor o chichi que o DN, o que me leva a concluir que tenho um cachorro especialmente inteligente.

No entanto, verifiquei que figurava uma entrevista com a extraordinária e rubenesca Senhora Margarida Moreira de dedo espetado, uma marca própria dos socialistas socráticos. A parte mais suculenta, se me for permitida a alusão gastronómica, foi onde a mesma Senhora nos alertou para o facto de não gostava de se vitimizar como mulher.

Pondo de parte a dificuldade de a imaginar vitimizar-se como homem, julgo claramente abusivo juntar os dois conceitos na pessoa em causa.

Não concebo, das inúmeras variedades que uma relação poderá ter lugar entre a Senhora e outra parte qualquer, uma só em que ela pudesse ser vítima. O mesmo já não estou tão certo quanto à outra parte.

Lembrei-me disto ao ouvir o Ministro Correia de Campos ontem

Um dia Churchill comentou em plena Câmara, após ouvir um qualquer Ministro das Finanças (ele também foi) especialmente inábil, que quando era miúdo tinha ido ao circo porque queria ver, no meio de um desfilar de monstruosidades, o famoso “homem borracha”, no entanto os pais dele não o deixaram por considerar o dito espectáculo demasiado traumatizante para um miúdo.
Comentou ele então que tivera de esperar quase 50 anos mas finalmente vira o “homem borracha”, não no circo mas afinal no Ministério das Finanças.

2007/06/08

Uma questão de espelhos

O novo socialismo de José Sócrates nada tem de novo, repete as mesmas e estafadas soluções que no passado espelharam a magnifica falta de ligação à realidade desse grupo de notáveis que pululam pelo Partido Socialista.

José Sócrates, armado de um conjunto admirável de frases feitas e um dedinho espetado no ar, quando não para todos os outros que com ele não concordem, iniciou então – determinado – o trajecto para o mais mal cheiroso dos pântanos.

Nada disto nos deveria espantar, basta para tal recordar as nobres intenções com que Sócrates nos brindou no seu programa de governo.
Logo ali, pedia “…uma atitude mais pró-activa”, avisando que “ temos todos de nos empenhar em criar uma imagem mais positiva do nosso país” e que, para que não persistissem dúvidas, que era seu “desígnio é formar uma aliança entre vastas camadas da sociedade portuguesa” com o propósito, mais uma vez, de “ projectar internamente e no Mundo uma boa imagem de Portugal e dos portugueses”, não lhe ocorrendo que para além da inexistência das tais vastas camadas da sociedade portuguesa, o Mundo não tivesse a mais leve intenção de se preocupar com a imagem do país e seus autóctones ou os ditos com a sua imagem perante o Mundo.

.Com a subtileza com que nos habituara no passado, Sócrates esclarecia ao tal Mundo que para além da imagem e a tal da atitude pró-activa, pouco mais nos separaria das grandes nações do planeta terra.

No planeta terra ninguém se comoveu e a vida continuou imperturbável.

Sócrates ficou, no entanto, verdadeiramente comovido e com a tal determinação que diz possuir tratou de interiorizar os nobres desígnios que anunciara, aplicando-se para que e pelo menos no seu caso particular, fossem atingidos os objectivos.

A sua imagem e a tal “projecção”, foram então geridas com uma competência sem par em toda a administração pública, não sendo esse esforço ignorado por boa parte dos jornalistas e aplaudido com entusiasmo por notáveis comentadores nacionais.
Apesar de tão comovente exemplo o país - e os portugueses - resolveram não o seguir e ficou apenas Sócrates a fingir que era Portugal.

Previsivelmente, muitos jornalistas e comentadores, confundiram os resultados obtidos por Sócrates com os obtidos pelo país. Não é por acaso que se viram em dificuldades para lidarem com os sucessivos episódios que Sócrates e o seu governo vêm alegrando a nossa vida.

Se uns se mostravam subitamente indignados com o logro em que, por sua culpa exclusiva, tinham caído, os outros negavam com todas a suas forças que algo se passava e outros ainda, davam novos exemplos de lealdade ao chefe e ao seu “sonho” por palavras ou extraordinárias demonstrações de lealdade como a ocorrida com um obscuro ex-deputado de nome Charrua.