Costa, o imbatível?
António Costa é, obviamente, um excelente candidato do PS à Câmara Municipal de Lisboa nas eleições intercalares de 1 de Julho. Melhor só António Vitorino ou talvez Jorge Coelho, noutras circunstâncias. Costa é credível, tem peso político, não é nenhum vendedor de banha da cobra como muitos que militam no PS. Sucede, porém, que é o número dois do executivo, é o suporte político de José Sócrates, é o seu Norte. É a referência de bom senso, quando muitos naquele Governo se pautam por um seguidismo cego face a Sócrates. Costa tem voz própria, gere 'dossiers' muito importantes ao nível da Administração Interna e é fundamental numa altura em que Portugal prepara a presidência da União Europeia no segundo semestre deste ano. Por isso, compreendo as reservas que certa imprensa diz que Cavaco Silva tem em relação à saída daquele nome do executivo. Compreendo também que a matéria deveria ter sido primeiro analisada com o Presidente da República, antes de o ser nos órgãos próprios do PS. Mas Sócrates está encurralado com a candidatura de Helena Roseta e com a provável profusão de candidaturas à esquerda. João Soares, António José Seguro, Ferro Rodrigues, Maria de Belém, Ana Paula Vitorino ou qualquer outro deste género não oferecem garantias de uma vitória. Costa sim.
Mas Costa não é imbatível, ao contrário do que o PSD vai julgando por estes dias. Desde que se soube que o Secretariado do PS, vulgo Sócrates, tinha escolhido o ministro que Marques Mendes perdeu o controle do processo de escolha do candidato do PSD. Com um óbvio nervosismo, Mendes deixou que várias figuras próximas de si sondassem candidatos, fizessem contactos e acabou por acontecer o insólito: Fernando Seara, que nem sequer era a primeira escolha, a dizer nas televisões que foi convidado e que por "motivos pessoais" não aceita. A partir de agora qualquer nome que não seja de primeira água será uma segunda escolha. Porque Costa não é imbatível, mas será um osso muito duro de roer. O PSD tem que apelar aos seus melhores quadros. Ao nível de uma Manuela Ferreira Leite ou de uma Paula Teixeira da Cruz. Tudo o que vier por aí abaixo estarám condenado ao mais humilhante dos resultados. A ex-ministra está bem no seu lugar de administradora de um grande banco espanhol. A advogada tem certamente motivos fortes para não aceitar. Só que pertencer a um partido como o PSD não tem só vantagens, há sacrifícios que se têm de fazer. E este era, ao mesmo tempo, o grande desafio.
FAL no Corta-Fitas
2007/05/15
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