2007/11/12

A Carta

Pedro Picoito, outro ilustre fumador de cachimbo, ficou incomodado com o que transparece de uma cartinha que Cunha e Vaz enviou a Pacheco Pereira.

É uma carta indigna de quem a escreve, Cunha e Vaz trabalha para ganhar dinheiro, se Pacheco discorda do uso de Agências de Comunicação é lá com ele.

A carta é indigna de quem a escreve porque, como sugere Pedro Picoito, em boa verdade, não é dele mas de outros. Tanto na forma como no conteúdo tem autores bem diferentes de um responsável por uma entidade privada que presta um serviço. Tem autores políticos que têm esse discurso como marca pessoal.

Vejamos, Cunha e Vaz não tem que justificar nada a ninguém, foi contratado, presta um serviço e é pago por isso, como e quanto diz apenas respeito às partes interessadas.

No entanto, a carta é inacreditavelmente pedante e estranhamente ressabiada, com todas as marcas de quem não gosta de ser questionado – mal ou bem – e mais própria de um militante mal disposto numa qualquer reunião de secção partidária do que de um mero empresário.

O uso de Agências de Comunicação na política não é um acaso, um capricho, mas uma imposição do mundo em que vivemos, a sua eficácia depende tanto da competência como do uso que os partidos lhe resolvem dar. Infelizmente os Partidos Políticos são preguiçosos e procuram conteúdo onde se deviam buscar forma, reside aqui o problema que confundiu quem quer que seja que elaborou aquela carta. Existe aqui uma fronteira que é de facto ténue mas que se agrava quando os responsáveis políticos não podem ou não querem fazer a destrinça entre as suas obrigações e as de quem os assessoria.

Espanta-me que Cunha e Vaz se dê à triste figura de servir de mensageiro, custa-me a acreditar que este tipo de atitudes tenham qualquer efeito benéfico a não ser na gestão de um contrato entre ele e o PSD.

2007/11/07

Devolvam os bilhetes

Dizia o deputado Francisco Louçã a meio do debate de ontem.

Imagino o militante do PSD profundo, recolector de sacos e canetas afundado na cadeira de pau a perguntar-se o que terá acontecido ao seu partido.

Num debate ansiado por todos, uma reedição de velhos tempos, nada surpreendeu.

Sócrates fez o que sempre faz nestas ocasiões, avisado desta vez de antemão pelas fugas estratégicas para os jornais, que se irritava muito facilmente e que Santana iria ajustar contas com o passado, não se irritou e pegou nessa preciosa deixa rebuscando o passado.

Santana veio depois admitir que o debate não lhe tinha corrido bem, o que não comove ou é novidade. De facto, não dá para ser feliz.

O que irrita o militante de base é que o próprio esperava, por comparação com o cinzento Mendes, um Santana incendiário e saiu-lhe um fogacho. Após uma sucessão de tareias parlamentares uma vitória, por pequena que fosse. Nada disso.

Esta primeira batalha parlamentar fez-me lembrar o celebre discurso de tomada de posse com um Santana literalmente aos papeis.

Hoje promete fazer melhor. Tenho as maiores dúvidas.

2007/10/01

PSD, Menezes e Foo Fighters

“Mais que loucura foi esta?” Perguntavam-me do outro lado do telefone. Ri-me e fiquei com a impressão que não fui compreendido, afinal era de esperar uma coisa destas. O povo laranjinha, chamado às urnas, votou de raiva e zangado, com o tempo, com Mendes, com o que imagina que fizeram ao Santana, com Portugal, com os simpatizantes que votaram em Sócrates, com os barões (e ainda se vão zangar mais) e com eles próprios.


(…)Send in your skeletons
Sing as their bones go marching in... again
The need you buried deep
The secrets that you keep are at the ready
Are you ready?
I'm finished making sense
Done pleading ignorance
That whole defense(…)

Berrava o Dave no ITunes – eu não uso o Ipod – sem saber quanta razão tem.

E ainda que…

What if I say I'm not like the others?
What if I say I'm not just another one of your plays
You're the pretender
What if I say I will never surrender?

…é tudo conversa.

Agora cabe o grupo para-lamentar. PSL à frente é cómico, Mendes Bota é caricato, Duarte Lima é impossível…sobra o quê? S. Caetano e um grupo inexistente? O quê?

Nota: os meninos bem que tanto mal disseram do pequeno Mendes podem abrir a boca de espanto à vontade, porque Menezes não vai ser o caseiro que esperavam e a criadagem ocupou a casa, azarucho, para próxima não se armem em parvos, se houver próxima…

2007/09/27

Menezes dá lucro

A imprensa portuguesa provou ontem que despreza quem não está no poder, no caso de PSL, por acaso ex-pm deste pobre aldeamento nas bordas da Europa, a coisa agrava-se e só poderá ser pior com a (possível) liderança bipolar do Dr. Menezes, uma das mais sinistras figuras que o PSD é pródigo em produzir.

A vitória deste senhor é com certeza aguardada com simpatia pelos que se preocupam com shares e audiências. A vitória de Mendes, o caseiro que tem a incumbência de aguentar a coisa até que alguém venha reabilitar o PSD, será uma tragédia para os mesmos.

Menezes garante empregos a numerosos comentadores, que se divertirão a dar facadinhas no pobre entre segunda e sábado e uma subida estratosferica da alocução dominical de Marcelo que lhe aplicará o golpe de misericórdia semanal. Depois é esperar por uma reacção de Rui Gomes da Silva e voilá temos matéria para o resto da semana.

Brilhantismo dos ignorantes

Carlos Abreu Amorim, criatura que por razões que me escapam me afoga com a sua extraordinária eloquência, previsivelmente resolveu dar umas bicadas à equipa de rugby nacional e a ausência de razoabilidade do povo português.
Espantava-me era que não o fizesse, afinal estavam lá todos os condimentos para que esse outdoor de brilhantina escrevesse algo do género, a possibilidade de definir um grupo de pessoas de acordo com os preconceitos que a criatura acarinha, total ignorância sobre o jogo em questão e a mais pequena possibilidade de fantasiar que possui a habilidade de um VPV. Era inevitável.

2007/09/18

Comentador neozelandês após o jogo.

Allblack’s 108, Portugal 13… the score line says it all, but by God, what a fantastic country, I loved Portugal, never seen red and green warn so well.

2007/09/14

Vai uma cachimbada II

Existem boas almas como o Paulo Marcelo que ao que parece, se preocupam muito com as directas do PSD e uma miríade de coisas que a elas julgam ligadas.

Paulo Marcelo, certamente por bondade, eleva a coisa a patamares nunca vistos. A saber, imagina que é benéfico “discutir política” e para tal (aqui escorrega) oferece o exemplo dos debates dos candidatos socialistas nos idos de 2004, fantasiando sobre uma tal de “rampa de lançamento” que impulsionou o decidido Sócrates para o firmamento e por acaso, para PM.

Pondo de parte a história do santanismo, o que João Soares, Alegre e Sócrates discutiam era um mais que provável lugar de PM, com a vantagem de não terem de emitir ideias.

Sócrates provou com competência que era o que tinha menos ideias dos três, Costa descansou, os socialistas também.

Ora, nem Mendes nem Menezes estão a discutir sérias probabilidades de serem o próximo PM, nem será possível – eu diria aconselhável – que discutam ideias.

Assim e bem, Menezes diz que vai para a rua, ouvir os descontentes, o que é um exercício bom para os pulmões desde de que saia do centro de Gaia e Mendes faz mais uma volta ao país e finge que acredita que há verdadeira lealdade nos génios que gerem distritais, secções, juntas e coisas desse calibre.

Paulo Marcelo, que é realmente boa pessoa, acha que existem argumentos que possam ganhar o poder, acha mesmo que se devem ouvir especialistas e “apostar nas pessoas certas” (?!!), cortar com os barões, baronetes e pasme-se cortar com o cavaquismo. (!!!!!!)

Se Mendes leu o artigo, deve ter pensado que se há sujeito que vai ser proibido de entrar na sede é o Paulo Marcelo.

Vejamos, no campo das ideias não há grande coisa a inventar: Entre “apostar na qualidade”, “consensos nacionais”, “pactos” e “apostar na inovação”, “modernizar” e outras coisas que por si só são inatacáveis e qualquer critica indicadora de uma perigosa tendência em se estar contra “o progresso”, não existem muito mais coisas para discutir.

Os portugueses, os militantes partidários sobretudo, não querem que os macem com essa coisa das “ideias”, assim teriam de se recordar que há 300 anos que não se escreve nada sobre teoria económica, politica, social e com a excepção do tresloucado do Oliveira Martins, nada sobre história.

A descoberta, por intermédio de especialistas, de soluções que salvem Portugal do atraso, esbarram sempre no facto de há mais de 30 anos que falamos de reformas na educação que iam catapultar Portugal para o pelotão da Europa.

Todas ideias muito concretas que nem sequer eram ideias, eram e são apenas mecanismos de defesa verbal contra o que qualquer portuguêrs mais abomina, a perda da sua “identidade nacional”.


Caro Paulo, os sociais-democratas – que não existem de resto – acarinham Cavaco como qualquer Torie acarinha Tatcher, sem comparar o génio de uma e a vaidade do outro, se cortarem em alguma coisa é no que os possa irritar.

Tirando isto tudo, Mendes não tem muito para oferecer para além de boas intenções, Menezes desconhece essa possibilidade, os novos militantes já são velhos e rurais mesmo que militem em Benfica ou em Gaia.

O PSD não seria eterno em Inglaterra, França ou Itália, por cá antevejo um futuro brilhante, sempre com a preciosa ajuda das “pessoas certas”.

2007/09/12

Vai uma cachimbada?

Li com gosto uns recados de um grupo de fumadores de cachimbo, que dizem ser de Magritte, o que lhes parece dar um ar pensativo.

Especialmente cómica é a intervenção de Gonçalo Moita, que escreve pouco e se espanta muito. As mulheres espantam-no, coisa que é pouco original, em especial o facto do:

“... século passado (ter sido) fecundo em revoluções. Uma delas foi, sem dúvida, o reconhecimento de certos direitos às mulheres, associado à sua crescente influência e intervenção na vida de comunidades como a nossa. Fora do lar, no fundo…”


Isto é um disparate, sobretudo numa sociedade como a nossa. A única revolução no século passado que importe às mulheres foi a de, muito ao de leve, começarem a mandar menos fora da família do que mandam lá dentro.

Gonçalo Moita, desatento, não percebeu isto: a avó, a mãe até (mas menos), mandaram mais e tiveram mais influência na “nossa comunidade” do que tem a mulher dele.

O quer importa à “nossa comunidade” que as mulheres votem, a estudem mais (sempre estudaram mais), a mandem nas empresas, a chefiar Governos (só me lembro de uma), a fazerem uma multiplicidade de coisas anteriormente reservada aos homens? Zero. Nada mesmo.

A “nossa comunidade”, de homens entenda-se, assobia para o lado e percebe bem onde cortar as perninhas a esse mulherio. Corta-lhes o salário, a subida na carreira e a passagem na fila de trânsito.

O que a “nossa comunidade” não faz ideia é como lidar com a mulher dentro de casa, a nossa, a mãe e a filha.

Deste o tempo das cavernas é o seu reino, por muito contrariadas à força de pancada e exibições verbais dos pais, maridos e filhos.

Em silêncio ou aos berros, na cama ou fora dela, fizemos e faremos sempre o que elas mandarem ou o que acharmos que não as irrita.

Gonçalo Moita sabe isto muito bem ou então é uma mulher.

2007/09/08

O Regresso

Cá estou regressado à nossa querida aldeia, entenda-se Lisboa, vindo da província com o carro atulhado de coisas fabulosas, entre elas 3 camisas da feira com um campino pespegado e cujo o defeito me garantiram “nem se notar” e um relógio novo que me custou 40 euros mas que é feito de “titááánêo” e “na mete água a 400 metros”, que presumo seja a distância do dito relógio até à água e já não de profundidade, de resto é coisa que nem devia preocupar o vendedor porque não me imagino sequer a 4 metros de profundidade porque os cigarros arruinaram-me a capacidade torácica.


Verifiquei aliviado que não só nada mudou como se manteve, como por pirraça, graniticamente na mesma. A cidade está cheia onde devia estar vazia e vazia onde devia estar cheia, à semelhança de um areal deserto, os lisboetas regem-se pelo mesmo édito que os portuenses ou outros, “onde caga um português cagam logo dois ou três”, pelo que experimentei algo diferente como parar a olhar para um poste de electricidade durante 1 minuto e em pouco tempo se juntou gente amiga para comigo fazerem figuras de tontinhos. E isto vale para quase tudo, menos para os filhos e respectiva, esses parecem fazer o contrário, julgo que para não me verem tão divertido.

Lidas as opiniões, entre o Vasco (o mais original) e as novas esperanças na blogosfera, em que a doentia trupe liberal se destaca pela vacuidade, está tudo rigorosamente na mesma. Posso zarpar para outro continente que por aqui, Sócrates é arrogante, Mendes esforçadinho “mas por amor de Deus nunca vai a eleições”, Menezes é intelectualmente esquivo (o que constitui uma ofensa para quem realmente o é), Louça espertíssimo e Cavaco muito inteligente.

Neste tempos em que o Senhor Primeiro nos mergulhou em centenas de medidas, projectos, planos e coisas complicadíssimas que ele nos vai explicando sem grande paciência, é consolador pensar que ainda podemos ignorar o país durante 15 dias que ele se mantém exactamente na mesma. Como uma boa sopa da nossa mãe, cujo o paladar se mantém na mesma durante 34 anos ao ponto de me parecer que a panela ainda não acabou.
Que alívio meu querido Deus.

2007/07/26

Eis que chegamos à silly, really silly season!!!

Um centro de mediação e arbitragem no mundo virtual do Second Life, que poderá ser utilizado para resolver conflitos resultantes de relações de consumo ou de contratos, vai ser lançado sexta-feira pelo Ministério da Justiça.

"Portugal torna-se o primeiro Estado a disponibilizar um meio de resolução de litígios no Second Life", realça em comunicado emitido hoje o Ministério da Justiça.

O secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira, apresenta sexta-feira na Universidade de Aveiro esse projecto, designado e-Justice Centre - Centro de Mediação e Arbitragem, desenvolvido pelo Ministério da Justiça, em cooperação com a Universidade de Aveiro e a Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.

in LUSA

2007/07/25

Pergunto-me

O que não se diria e escreveria por aí se Barroso, Santana ou Mendes fechassem o acesso do povo a uma inauguração de uma Ponte? Não tivessem demitido de imediato a menina Margarida da DREN? "Desviassem" velhinhos de Fátima para a uma sessão de palmas a um candidato? Pagassem a crianças para ajudarem na propaganda governamental? Instituissem uma Comissão para carteira do jornalista?

Palmas a 30 euros

Preparava-me para ouvir o histriónico militante Luís Filipe Menezes anunciar a sua candidatura – Mendes suspirava de alívio - quando me entra pelos olhinhos adentro uma sala de aula. Não uma sala de aula qualquer, tratava-se do futuro, do Plano Tecnológico para a Escola. Quadro interactivo, carteiras com ecrãs, meninos e professor sob o olhar atento do PM e ME.

Brilhante, espectacular e sobretudo raro pela época de aulas que eu julgava terminada.
Completamente a despropósito uma jornalista, a soldo da oposição com certeza, resolve perguntar a um petiz o que para ali anda a fazer. Ainda mais a despropósito o crianço idiota diz que não sabe puto, sabe é o nome da empresa de publicidade e do dinheirinho que lhe vão dar.

O PM põe-se a gaguejar um disparate ainda pior e acaba zangado, não sei bem com quem e realmente porquê. Com o assessor mais à mão? Com a RTP?

Pobre país que tem como PM alguém que precisa de pagar para lhe baterem palmas e lhe assegurarem que tudo vai bem.

Na inauguração de uma ponte ribatejana fechou o circo para os amigos, a populaça ficou ao largo bem como o perigo de apupos – ele não gosta nada de apupos – depois uma série de velhinhos foram desviados da rota do altar do mundo para o altis do Costa e agora já pagam às criancinhas para fingirem que são o futuro.

Pobre país, pobre governo e pobre do PM.

Ai as directas, ai, ai

O povo social-democrata está inquieto. O PSD vai mal. A oposição vai mal. O Mendes vai mal. Porquê? Porque perdeu eleições? Porque Mendes não tem centímetros? Porque não tem apelido sonante? Porque vem de Fafe? Boa parte não sabe e nem quer saber. Quer abanar o barco, mesmo se para isso tiver de fazer furinhos no casco. Vale tudo.Não lhes ocorre, pobres diabos, que o mal do PSD é não estar no Governo

2007/06/27

Quandos os liberais acumunistam

Que bonita confusão de narizes em que se envolveram CAA e Carlos do Carmo Carapinha, (avesso a siglas), sobre uma troca de opiniões mais acalorada.



CAA, que merece menos atenção que se possa julgar, escreve coisas muito acertadas, acertadas, disparates e por vezes, anormalidades cósmicas que de, quando em vez, se dispõe a apagar antes que atinjam proporções maiores.

Carlos do Carmo Carapinha, também.

A blogosfera é o local ideal para tais coisas, isso torna-a rica e digna de nota.

Se há alguma coisa em que posso concordar nesta história toda, sem grande importância de resto, é uma enervante tendência para os liberais se aproximarem cada vez mais, na forma e métodos de argumentação, dos velhos rapazes do extinto Barnabé.

Aquilo a que VPV um dia criticou em Cavaco e Vital Moreira, a vertigem de procurarem a desclassificação do adversário como elemento válido numa discussão, o que é pena e os cobre de vergonha.

Siglas & Siglas

Foi com alguma previsibilidade que li o que FAL escreveu sobre FN a propósito das confusões cómicas sobre a EPAL, EPUL e IPPAR no DN.

Previsível porque só um marciano que não leia o FAL no CF e no DN, sabendo com que linhas se cose na AR, imaginaria que existiria alguma diferença entre o jornalista FAL no DN e o FAL no CF, mais o FAL que bebe de HLC e HF aquilo que sabe escrever sobre seja o que for.
FAL lá vai KISS enquanto pode, imaginando que quem o realmente lê possui um QI tão baixo que não veja bem que entre o que escreve FAL e diz HLC,HF, etc... não existe diferença.

2007/06/15

As Margaridas desta vida

Confesso que abri o Diário de Notícias, sim eu costumo abrir o diário porque estou em fase de treinar um cachorro a fazer chichi o mais perto possível da caixa de serradura, ele ainda não está convencido que a dita absorva melhor o chichi que o DN, o que me leva a concluir que tenho um cachorro especialmente inteligente.

No entanto, verifiquei que figurava uma entrevista com a extraordinária e rubenesca Senhora Margarida Moreira de dedo espetado, uma marca própria dos socialistas socráticos. A parte mais suculenta, se me for permitida a alusão gastronómica, foi onde a mesma Senhora nos alertou para o facto de não gostava de se vitimizar como mulher.

Pondo de parte a dificuldade de a imaginar vitimizar-se como homem, julgo claramente abusivo juntar os dois conceitos na pessoa em causa.

Não concebo, das inúmeras variedades que uma relação poderá ter lugar entre a Senhora e outra parte qualquer, uma só em que ela pudesse ser vítima. O mesmo já não estou tão certo quanto à outra parte.

Lembrei-me disto ao ouvir o Ministro Correia de Campos ontem

Um dia Churchill comentou em plena Câmara, após ouvir um qualquer Ministro das Finanças (ele também foi) especialmente inábil, que quando era miúdo tinha ido ao circo porque queria ver, no meio de um desfilar de monstruosidades, o famoso “homem borracha”, no entanto os pais dele não o deixaram por considerar o dito espectáculo demasiado traumatizante para um miúdo.
Comentou ele então que tivera de esperar quase 50 anos mas finalmente vira o “homem borracha”, não no circo mas afinal no Ministério das Finanças.

2007/06/08

Uma questão de espelhos

O novo socialismo de José Sócrates nada tem de novo, repete as mesmas e estafadas soluções que no passado espelharam a magnifica falta de ligação à realidade desse grupo de notáveis que pululam pelo Partido Socialista.

José Sócrates, armado de um conjunto admirável de frases feitas e um dedinho espetado no ar, quando não para todos os outros que com ele não concordem, iniciou então – determinado – o trajecto para o mais mal cheiroso dos pântanos.

Nada disto nos deveria espantar, basta para tal recordar as nobres intenções com que Sócrates nos brindou no seu programa de governo.
Logo ali, pedia “…uma atitude mais pró-activa”, avisando que “ temos todos de nos empenhar em criar uma imagem mais positiva do nosso país” e que, para que não persistissem dúvidas, que era seu “desígnio é formar uma aliança entre vastas camadas da sociedade portuguesa” com o propósito, mais uma vez, de “ projectar internamente e no Mundo uma boa imagem de Portugal e dos portugueses”, não lhe ocorrendo que para além da inexistência das tais vastas camadas da sociedade portuguesa, o Mundo não tivesse a mais leve intenção de se preocupar com a imagem do país e seus autóctones ou os ditos com a sua imagem perante o Mundo.

.Com a subtileza com que nos habituara no passado, Sócrates esclarecia ao tal Mundo que para além da imagem e a tal da atitude pró-activa, pouco mais nos separaria das grandes nações do planeta terra.

No planeta terra ninguém se comoveu e a vida continuou imperturbável.

Sócrates ficou, no entanto, verdadeiramente comovido e com a tal determinação que diz possuir tratou de interiorizar os nobres desígnios que anunciara, aplicando-se para que e pelo menos no seu caso particular, fossem atingidos os objectivos.

A sua imagem e a tal “projecção”, foram então geridas com uma competência sem par em toda a administração pública, não sendo esse esforço ignorado por boa parte dos jornalistas e aplaudido com entusiasmo por notáveis comentadores nacionais.
Apesar de tão comovente exemplo o país - e os portugueses - resolveram não o seguir e ficou apenas Sócrates a fingir que era Portugal.

Previsivelmente, muitos jornalistas e comentadores, confundiram os resultados obtidos por Sócrates com os obtidos pelo país. Não é por acaso que se viram em dificuldades para lidarem com os sucessivos episódios que Sócrates e o seu governo vêm alegrando a nossa vida.

Se uns se mostravam subitamente indignados com o logro em que, por sua culpa exclusiva, tinham caído, os outros negavam com todas a suas forças que algo se passava e outros ainda, davam novos exemplos de lealdade ao chefe e ao seu “sonho” por palavras ou extraordinárias demonstrações de lealdade como a ocorrida com um obscuro ex-deputado de nome Charrua.

2007/05/30

Nada como esclarecer as coisinhas

Os deputados do PS impediram ontem a audição imediata da ministra da Educação no Parlamento, como pretendia o PSD, adiando todas as explicações sobre o caso DREN e o afastamento do professor Charrua para quando estiver concluído o inquérito em curso à situação."

A situação está ainda no plano administrativo, não chegou ao gabinete" de Maria de Lurdes Rodrigues. "Quando a ministra puder dar alguma explicação, deverá dá-la, mas nunca antes", defendeu Manuela de Melo do princípio ao fim da reunião da Comissão de Educação, onde o assunto foi discutido, rejeitando todos os argumentos da oposição.

E foram muitos."Há sanções a serem aplicadas para punir um delito de opinião, um professor viu a sua requisição de serviço terminada ilegalmente, há recursos hierárquicos e a ministra não sabe de nada? Mesmo que não soubesse, tinha de procurar saber", disparou Pedro Duarte (PSD).

"O que vocês estão a fazer é arranjar expedientes dilatórios para dar cobertura ao clima de medo generalizado na Administração Pública, a omissão da ministra da Educação e do primeiro-ministro fomentam a intimidação", juntou.

"Fernando Charrua foi saneado do serviço em que estava há muitos anos e voltou à escola de origem", acrescentou Emídio Guerreiro, também social-democrata. "Há um processo político que tem responsabilidades políticas e o PS está a ser cúmplice neste processo", acusou.

Em defesa do PS, João Bernardo acabou por fazer uma revelação: "Não há nenhuma suspensão preventiva do professor; se houve, foi cancelada. Se houve recurso, já não há.

O que houve, prosseguiu, foi uma reavaliação da confiança política que fundamenta a requisição de serviço feita anualmente: *

O professor está na sua função de origem, não há qualquer sanção."

(...)

in Publico

* Quem me souber traduzir isto de outra maneira do que uma simples sanção decorrente de um delito de opinião, agradecia.

Liberdade de Imprensa Socialista

O Sindicato dos Jornalistas denunciou ontem no Parlamento que profissionais experientes e incómodos para os órgãos de comunicação social estão a ser expulsos das redacções.

Na reunião, destinada a discutir o novo estatuto da classe, o PS admitiu abandonar a proposta de sanções pecuniárias para os jornalistas que infrijam as regras disciplinares previstas no projecto de lei do Governo.

A profissão de jornalista é muitas vezes exercida em condições de precariedade contratutal e "sob a ameaça permanente de reestruturações que conduzem ao emagrecimento das redacções e ao seu empobrecimento", afirmou o presidente do sindicato da classe (SJ), Alfredo Maia, aos deputados da Subcomissão de Comunicação Social. "Jornalistas experientes e com capacidade crítica foram expulsos das redacções", ilustrou.

A denúncia tinha como objectivo mostrar que a autonomia editorial e a independência económica são condições necessárias para que os jornalistas possam ser responsabilizados pelo seu trabalho, tal como prevê o diploma do Governo.

Mas a gravidade das afirmações levou o deputado do PSD Luís Campos Ferreira a propor uma nova reunião "de urgência" com o SJ apenas sobre este assunto. O encontro ficou acordado, mas poderá realizar-se à porta fechada, com o sindicato a justificar "a necessidade de reserva da publicidade de nomes daqueles que foram expulsos", com o "medo" existente "dentro e fora das redacções" e o risco de "inviabilizar a sua futura integração nas redacções".

Ontem durante a discussão das alterações ao Estatuto do Jornalista o PS admitiu, no documento final, desistir da exigência do pagamento de coimas pelos jornalistas que infrinjam as regras deontológicas, algo proposto pelo Governo e que tem sido contestado pela oposição. "Se é essa a dificuldade, retiremos as sanções pecuniárias", concedeu o deputado socialista e ex-secretário de Estado da Comunicação Social Arons de Carvalho, salientando que o PS já tinha proposto uma alteração à proposta inicial para que este pagamento só fosse aplicado quando o jornalistas já tivesse tido três advertências por violação das regras disciplinares no espaço de três anos.

O PSD insistiu também na necessidade de dotar a comissão da carteira profissional - que de acordo com o novo diploma passa a exercer funções de regulação disciplinares - de meios para poder exercer as novas competências.

A protecção dos direitos de autor foi ontem outra das questões levantadas. O sindicato diz-se preocupado com a proposta do Governo que permite às empresas de comunicação disporem de um artigo do jornalista durante o mês seguinte à sua primeira publicação.

De acordo com a proposta do Governo, as empresas podem republicá-lo e distribuí-lo noutros órgãos do grupo sem que isso implique uma remuneração acrescida para o jornalista. "A empresa é dona e senhora dos artigos durante 30 dias, o que lhes permite renegociar os artigos com as empresas de climping", defendeu Maia.

Já o PS argumenta que esta é a primeira vez que a possibilidade de a entidade empregadora utilizar os artigos dos jornalistas é limitada. "Esta lei não traz nenhum agravamento da situação. Esse direito [de utilização do trabalho do jornalista] fica balizado, o que até agora não acontecia", salienta Arons de Carvalho.

Nova reunião poderá ser à porta fechada para protecção de jornalistas "expulsos" de redacções*

in Público

* Como é clarinho, o PS não quer a porta fechada para se falar nestas questões.

2007/05/24

Um problema de escolha de palavras

«Fazer um aeroporto na margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico, porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas», disse Mário Lino durante um almoço debate sobre «O Novo Aeroporto de Lisboa», promovido pela Ordem dos Economistas.

Quase chorei com a bondade implícita nas suaves palavras de Lino, sem noção nenhuma de que caíram uns muros, que naquela cabeça ainda se mantêm, avisa-nos com um sorriso que não quer deslocar sovieticamente uns milhões para um deserto qualquer lá para sul.
Lino bem pode ter saído do Partido Comunista, estou na dúvida é se o Partido Comunista saiu do Ministro Lino.

Mas o que seria um problema de escolha de palavras, como atempadamente veio o Senador Almeida Santos, com igual bondade e cuidado avisar-nos, ficou feito em estilhaços quando o vetusto Senador no alertou, a propósito, dos perigos do dinamite nas estruturas que mantêm a nossa capital em contacto com os desertos a sul.

Assim, entre a ameaça de nos dinamitarem as pontes, deslocarem milhares de pessoas e outros horrores, chegamos à única solução possível e aceitável: Todos para a OTA.

Ler mais aqui:

ALMEIDA SANTOS: O DELÍRIO
MÁRIO LINO: O DELÍRIO
Ora vamos a um "um supÔÔnhamos".

2007/05/21

e palmas comprometidas para o Telmo

Live and in colour, Portas anuncia dois nomes de ilustres desconhecidos, cujos nomes não decorei, mas o último é o vereador que talvés, talvez, talvés.... bem que se calhar o PP vai eleger em Lisboa, depois deu-nos a Teggy, Tegy, a Teresinha e Nobre Guedes para fechar com nota de ouro, oiro... enfim, uma nota qualquer, o nome do presidente do grupo parlamentar, Telmo Correia (o único com nome mais popularucho lá do burgo) para Presidente da Câmara.

Ou seja, Telmo não ganha e volta para a AR, onde de resto não sai, Nobre Guedes tem mais com que se chatear, a Teresa Caeiro tem mais que fazer e sobra uma tal "não sei das quantas" que é muita competente...

Quanto menos se esperava eis que...




Note-se que mesmo para um entertenimento bacoco e atarantado como os filmes anteriores, com excepção do primeiro filme, nada de tão sangreto e brutal fora introduzido no plot.

Isto, esta coisa que ai vem, é também sinal dos tempos e do pessimismo em que este nosso mundo revolve.

So what kid?

Registo para memória selectiva e que não valem um caracol

Ele é engraçadote e tudo…

É o que oiço por aí de Fernando Negrão, eu com os gostos do mulherio não me meto, não percebo sequer, mas baixo a tromba em reflexão.
Uma merda de critério, mas vale tanto como não gostar de Mendes porque se reduz as ideias a centímetros. Esse primarismo cala fundo em muita gente, bruta e que caga para as elevadas considerações dos comentadores, mesmo grandes comentadores, como este gajo aqui.

Como se ler muita opinião fosse irrelevante, melhora a nossa, dá-lhe substância, mas como as consequências práticas de um cozido à Portuguesa. O da nossa mãezinha há-de ser sempre o melhor, dê lá por onde der, mesmo quando o feito culinário não é digno da gamela de um canídeo. A opinião vale pouco para esta gente que reduz tudo ao mais elementar instinto, essa é que é essa.

O que é, tem muita força (neste caso é mesmo verdade)

Este é um dos artigos, dos vários escritos por Pacheco Pereira, mais demolidores que li nos últimos anos. Não é um murro nas ventas, não é uma bomba ou pedrada no charco, não nenhuma dessas merdas... é muito melhor que qualquer berraria, há nele uma desilusão e um encolher de ombros que literalmente rebenta com Costa.

Imagine

Que uma qualquer funcionária mais zelosa admoestava um ex-deputado socialista, funcionário na mesma empresa pública, por tecer comentários pouco abonatórios sobre um PM social-democrata?

Imagine que para cúmulo, era suficientemente doida para lhe aplicar um castigo pela aleivosia?


Imagine o que já não se diria por aí.


A sério, imagine lá um disparate desses.


Tenho a certeza que este senhor não lhe chamaria zelo, até por que acha que este clima que se vive é pura fantasia, é homem que não se deixa enganar pelas escolhas de terceiros num sistema que se quer estupidamente democrático e pluralista.

2007/05/18

Judíce, o Mandatário

Não faz nem um mês e escreveu-se que o ex-bastonário dos Advogados, José Miguel Júdice, foi convidado pelo primeiro-ministro para presidir a uma nova entidade que vai gerir a zona ribeirinha entre Santa Apolónia e a Ajuda, «ficará por cima do município de Lisboa e da Autoridade do Porto de Lisboa», retirando poderes ao município e poder canalizar para a zona de Lisboa fundos comunitários (do QREN), que escaparão ao controlo político de Paula Teixeira da Cruz e da Assembleia Municipal de Lisboa.

Agora, pagando o favor tão simpático, assume o cargo de Mandatário de António Costa.

Saldanha Sanches, para quem esta coisa de ser Mandatário Financeiro, até para por fim a esta promiscuidade entre dinheiros e interesses políticos, é uma maçada em que se envolveu e tal como afirmou à SicN, porque tinha de ser coeerente com o que afirmava, deve achar esta situação a coisa mais normal do mundo.

2007/05/17

Ela é má… não gosta de nós!

Escreve o Daniel Oliveira, como quem não sabe, que “Não haverá convergência entre Sá Fernandes e Helena Roseta para uma lista comum e independente, por indisponibilidade, ainda não explicada, da candidata.”

Bem. Ajudemos Daniel que parece estar um pouco distraído.
Numa convergência como esta, é preciso saber a quem aproveitava. Não aproveitava a Roseta, que perdia espaço de manobra e tinha que lidar com a presença mediática de Sá Fernandes. Aproveitava e bem, ao BE, que vê com alguma preocupação fugir algum eleitorado para Roseta e sacudia a pressão que o PC vai fazer para recuperar espaço e votos que perdeu.
Acrescenta-se que Roseta perderia votos que lhe serão dados pela sua candidatura à revelia do sistema partidário. Ainda bem para ela.

O oportunismo do BE ficou bem patente neste pequeno mas clarificador episodio sobre a verdadeira natureza desta agremiação.

2007/05/16

mas negro, negro é este conjunto de figuras...

que a revista Focus, que reputo de normalmente mal informada, vem falar. Uma espécie de tertúlia orientada pelo mais improvável dos líderes, Henrique Freitas.

Este rapaz, rodeou-se de extraordinárias cabeças pensantes, Helena Lopes da Costa, Luís Filipe Menezes, Marco Almeida, Virgílio Costa, Jorge Varanda, Matos Correia (excepção à regra e só por distração é que foi apanhado) e Martins da Cruz (que literalmente foi apanhado na rua a passear o canideo)

Há merdas que não se entendem, esta disparidade entre a pessoa e as suas escolhas políticas, a primeira é culta, simpática e capaz, as segundas mostram outra que não sei quem é mas só pode ser tonta.

Fernandão, o Negão!

... depois de ter tremido com a ameaça dessa figura notável que é o Ferreira do Amaral, dão-me a notícia de que vai o Fernando Negrão.

Depois de um processo apalermado que ao que sei só a versão do FAL* no DN anda perto, chegamos a este resultado.

Subestimar Negrão pode ser um jogo perigoso, Costa que de parvo não tem nada jamias o fará.

Confesso, gosto do rapaz, é para sacrificar e sendo a minha preferência outra, desejo-lhe a melhor das sortes.


* Uma notazinha, parece que ando obcecado com o Chico, mas só para apontar a merda de título que lá foi posto, até parece encomendado pela ala menezistaousantanista com quem o Chico se dá tão bem. Há merdas que um jornalista, mesmo com poucas fontes, não se devia prestar.

...nem 5 segundos depois...

recebo o sms de um socialista: "a coisa tá preta, um preto contra um negrão"

2007/05/15

Sobre esta posta do FAL aqui em baixo, que agora que leio duas horas depois me parece ser uma bela merda

...nem por isso, já estou a imaginar o Chico a arrepiar-se todo. Mas agora que penso melhor e os vapores do digestivo do almoço já se dissiparam - eu não funciono à tarde - esta coisa do Costa ser o norte e eu percebo a imagem poetica, do Sócrates, parece-me péssima conclusão, ou corolário, ou o caraças. Não há dúvida que o gajo é bom, tão bom que mesmo que os tecnico-tácticos conselhos da máquina socialista sejam do calibre que fodeu o Carrilho, estou convencido que o Costa passa a edil. Não sei é se isso é bom. Parece-me que não, mas ainda não faz muito tempo e pareceu-me que o Sporting ia ter uma sorte do catano e puff! Nada. Já me enganei antes.
De qualquer forma, de uma forma qualquer e outros malabarismos poéticos, o que me está a lixar é ver que a minha querida Manelinha não tem tomates para avançar (coisa que ela não tem culpa) no que se aproxima do que andam aí a dizer do Seara e no fim o Mendes tem que ir à porrada com um coxo como o Ferreira do Amaral, uma espécie de Fernando Santos da política, um natural born looser.
Sinceramente, se o Mendes se vir na circunstÂncia de estar rodeado de tanta covardolas que tem de recorrer a tipos requentados, mais vale manda-los todos para o caralho, apoiar a Roseta e a elite pseudo-informada do PSD que se amanhe.

O melhor post do dia (end of story)

Costa, o imbatível?

António Costa é, obviamente, um excelente candidato do PS à Câmara Municipal de Lisboa nas eleições intercalares de 1 de Julho. Melhor só António Vitorino ou talvez Jorge Coelho, noutras circunstâncias. Costa é credível, tem peso político, não é nenhum vendedor de banha da cobra como muitos que militam no PS. Sucede, porém, que é o número dois do executivo, é o suporte político de José Sócrates, é o seu Norte. É a referência de bom senso, quando muitos naquele Governo se pautam por um seguidismo cego face a Sócrates. Costa tem voz própria, gere 'dossiers' muito importantes ao nível da Administração Interna e é fundamental numa altura em que Portugal prepara a presidência da União Europeia no segundo semestre deste ano. Por isso, compreendo as reservas que certa imprensa diz que Cavaco Silva tem em relação à saída daquele nome do executivo. Compreendo também que a matéria deveria ter sido primeiro analisada com o Presidente da República, antes de o ser nos órgãos próprios do PS. Mas Sócrates está encurralado com a candidatura de Helena Roseta e com a provável profusão de candidaturas à esquerda. João Soares, António José Seguro, Ferro Rodrigues, Maria de Belém, Ana Paula Vitorino ou qualquer outro deste género não oferecem garantias de uma vitória. Costa sim.
Mas Costa não é imbatível, ao contrário do que o PSD vai julgando por estes dias. Desde que se soube que o Secretariado do PS, vulgo Sócrates, tinha escolhido o ministro que Marques Mendes perdeu o controle do processo de escolha do candidato do PSD. Com um óbvio nervosismo, Mendes deixou que várias figuras próximas de si sondassem candidatos, fizessem contactos e acabou por acontecer o insólito: Fernando Seara, que nem sequer era a primeira escolha, a dizer nas televisões que foi convidado e que por "motivos pessoais" não aceita. A partir de agora qualquer nome que não seja de primeira água será uma segunda escolha. Porque Costa não é imbatível, mas será um osso muito duro de roer. O PSD tem que apelar aos seus melhores quadros. Ao nível de uma Manuela Ferreira Leite ou de uma Paula Teixeira da Cruz. Tudo o que vier por aí abaixo estarám condenado ao mais humilhante dos resultados. A ex-ministra está bem no seu lugar de administradora de um grande banco espanhol. A advogada tem certamente motivos fortes para não aceitar. Só que pertencer a um partido como o PSD não tem só vantagens, há sacrifícios que se têm de fazer. E este era, ao mesmo tempo, o grande desafio.

FAL no Corta-Fitas

2007/05/14

Cheira bem, cheira a Lisboa

Pronto. Já percebemos que a Judite de Sousa não quer o Seara enfiado numa campanha eleitoral em que arrisca perder a face em dois sitios ao mesmo tempo, Lisboa e Sintra. Ainda há espaço para Ferreira Leite, até com uma Nogueira Pinto como número dois? Será Paula TC? Avança a desconhecida Marina Ferreira?
Costa será o candidato, a "fuga" no sábado sobre o estado de espirito de Cavaco sobre remodelações ainda me faz duvidar sobre essa aposta, no entanto, tendo em conta, as informações que andam a circular, Costa será mesmo o candidato.
Fica a segunda parte, quem será o numero dois e equipa de Costa?
Quem é que o PP apoia, será Carmona ou avançamos para uma tragédia com Telmo?
O PCP ainda pensa em atirar-se ao BE?
A Drago não estaria há espra de melhor, será ela a número 2?
AHHHHH tantas perguntas, tantas.

Os assassinos suicidas

Argumentos para justificar o abuso

Ah.. a Dinamarca esse país de infieis

Criança usada em video de propaganda II

Criança usada em video de propaganda I


FOX NEWS:

KILI FAQIRAN, Pakistan — The boy with the knife looks barely 12. In a high-pitched voice, he denounces the bound, blindfolded man before him as an American spy. Then he hacks off the captive’s head to cries of “God is great!” and hoists it in triumph by the hair.

A video circulating in Pakistan records the grisly death of Ghulam Nabi, a Pakistani militant accused of betraying a top Taliban official who was killed in a December airstrike in Afghanistan.
An Associated Press reporter confirmed Nabi’s identity by visiting his family in Kili Faqiran, their remote village in southwestern Pakistan.

The video, which was obtained by AP Television News in the border city of Peshawar on Tuesday, appears authentic and is unprecedented in jihadist propaganda because of the youth of the executioner.

Captions mention Mullah Dadullah, the Taliban’s current top commander in southern Afghanistan, although he does not appear in the video. The soundtrack features songs praising Taliban supreme leader Mullah Omar and “Sheikh Osama” — an apparent reference to Osama bin Laden, who is suspected of hiding along the Afghan-Pakistan border.
The footage shows Nabi making what is described as a confession, being blindfolded with a checkered scarf.

“He is an American spy. Those who do this kind of thing will get this kind of fate,” says his baby-faced executioner, who is not identified.

A continuous 2 1/2-minute shot then shows the victim lying on his side on a patch of rubble-strewn ground. A man holds Nabi by his beard while the boy, wearing a camouflage military jacket and oversized white sneakers, cuts into the throat. Other men and boys call out “Allahu akbar!” — “God is great!” — as blood spurts from the wound.

The film, overlain with jihadi songs, then shows the boy hacking and slashing at the man’s neck until the head is severed.

A Pashto-language voiceover in the video identifies Nabi and his home village of Kili Faqiran in Baluchistan province, which lies about two hours’ drive from the Afghan border.

A reporter went to the village, and Nabi’s distraught and angry father, Ghulam Sakhi, confirmed his son’s identity from a still picture that AP made from the footage. He said neighbors had told him the video is available at the village bazaar, but he had no wish to see it.

(...)

He said his son called at the end of January to reveal that a tribal council had sentenced him to death on charges of tipping off U.S. forces about Osmani’s movements, despite his denials.
His son passed the phone to Dadullah, but the militant leader ignored his pleas for clemency, Sakhi said.

“I talked to him and said you visited us and my son was a close friend so why are you going to hang him? He just said, ‘How are you?’, and switched off the phone,” Sakhi said.

“They are the enemies of Islam,” he said of the Taliban. “They are behaving like savages.”

Sam Zarifi, Asia research director for Human Rights Watch, said the use of a child to commit such an act constituted a war crime and was a “new low” in the conflict in Afghanistan.

(...)

Clique aqui para ver o video

Daniel, o comentador de serviço

Casos como o de Daniel Oliveira, deixam-me sempre com grandes esperanças no futuro da esquerda. Este genial comentador profissional, de uma coragem rara, demonstra todos os dias, nos blogues, na televisão e no Expresso, a sua capacidade de análise.

Fá-lo com enorme candura, dotando cada uma das duas notáveis afirmações de quase nenhuma ou mesmo total ausência de bases, mas substitui esse pormenor, com os seus preconceitos. Normalmente poupa esforços de simples raciocinio, confundido bases com preconceitos.

É um homem raro, onde claramente não existe nenhum filtro entre o que pensa e o que diz.

Temos bons exemplos.

Daniel, um homem que sempre se insurgiu contra a incompetência, afirma que a escolha de Fernando Seara, professor universitário, para ele, um homem do futebol, é uma aposta baixa, alertando para o terrível problema de termos “alguém do futebol” para dirigir a CML Não lhe interessa se Seara tem um currículo extenso na área da justiça e enorme experiência nesse campo, o que interessa é eleger, mais uma vez, o seu preconceito e ingnorância sobre a vida académica ao nivel de certeza.

Outro extraordinário exemplo de ginástica mental, é colar o bárbaro assassinato de uma jovem curda às mãos de um milhar de homens à guerra no Iraque.
Não sabendo nada sobre o assunto e poupando esforços em ler um bocadinho, Daniel mostra toda a sua capacidade de análise.
Pertencente a uma seita perseguida à centenas de anos por muçulmanos, com cerca de 600 mil membros, por uma ofensa de honra, a jovem foi apedrejada às mãos da sua família, adoram um arcanjo qualquer ainda que prestando culto a figuras do Velho testamento, um resquício das velhas religiões locais. Nem honra, nem ofensa, mas um acto bárbaro que tem algum paralelo junto de comunidades muçulmanas e que não é, infelizmente, caso único.

Daqui conclui, como só este génio pode concluir, que “que a ditadura sanguinária de Saddam era mais tolerante com os direitos das mulheres do que o Iraque que o Ocidente julgava ter convertido”, como podem imaginar, não é todos os dias que se encontram génios deste calibre.

2007/05/10

Teoria do Arguido

JCD, mais uma vez, consegue deitar por terra meses de trabalho sério. Há semanas que vem lutando com denodado esforço para provar a sua profunda ignorância. A leitura do artigo da Constança Cunha e Sá, hoje no Público, poderá ajudar a esclarecer parte das suas dúvidas. (o link só disponível para assinantes)

Antecâmara

Helena Roseta, segue a esteira do discurso anti partidário de Carmona Rodrigues que colheu tantos apoios. Muito bem jogado e não há dúvida que modifica muita coisa nas estratégias do PS e PSD.
Com a nega de Ferro Rodrigues e Seguro, aposto nos seguintes nomes:

PS – Costa (dificilmente será mas é o melhor candidato), Maria de Belém, Edite Estrela e o eterno João Soares.

PSD – Paula TC, Fernando Seara e Manuel Ferreira Leite (a melhor mas a mais complicada das apostas)

O PC tem de disputar o espaço perdido para o BE na CML e dificilmente irá coligar-se.

2007/05/09

O melhor post do dia (end of story)

E lá vem o segredo de justiça. Esta coisa que protege a investigação, o bom nome do arguido, do juiz, do procurador, etc. O caso da criança Madeleine no Algarve e os esclarecimentos públicos que têm sido prestado deveriam deixar-nos orgulhosos do nosso País e do segredo de justiça.

Mas quem são aqueles jornalistas bifes para virem ao País do Choque Tecnógico, da Transparência da Admitração Pública, no fundo, à Filândia do Mediterrâneo exigir informação? Mas aquela cambada de esponjas alcoólicas não sabe que em Portugal temos o segredo de justiça?

Qualquer pessoa no mundo civilizado sabe que em Portugal existe o segredo de justiça. E que, portanto, mesmo que se tenham 180 inspectores no terreno, um embaixador no Algarve, polícias ingleses a aterrarem cá, dois países atentos ao desenrolar de uma situação – nada pode ser dito por obediência ao segredo de justiça.

Infelizmente, as pessoas só ficam a perceber o que é o ridículo do segredo de justiça com o desaparecimento de uma criança.

Que, por azar, é inglesa. E que, também por azar, mobilizou a comunicação social de lá. Que, por ignorância completa, está a transmitir o que de pior havia no Portugal de Salazar: Um Portugal fechado, onde as instituições não têm por hábito prestar esclarecimentos públicos, um País bolorento, na era medieval, enquanto o mundo inteiro já abraçou a sociedade da comunicação. Um País com o segredo de justiça. I Love Portugal!


In GLQL

Nota: de facto um passarinho contou-me a enorme dificuldade dos nossos inspectores em explicarem esta questão aos colegas ingleses.

Isto só interessa se cantarmos juntos



Daddy started out in San Francisco,Tootin' on his trumpet loud and mean,
Suddenly a voice said, "Go forth Daddy,Spread the picture on a wider screen."
And the voice said, "Brother, there's a million pigeons
Ready to be hooked on new religions.
Hit the road, Daddy, leave your common-law wife.
Spread the religion of The Rhythm Of Life."
And The Rhythm Of Life is a powerful beat,
Puts a tingle in your fingers and a tingle in your feet,
Rhythm in your bedroom,
Rhythm in the street, Yes, The Rhythm Of Life is a powerful beat,
To feel The Rhythm Of Life, To feel the powerful beat,
To feel the tingle in your fingers, To feel the tingle in your feet,
Daddy, spread the gospel in Milwaukee,
Took his walkie talkie to Rocky Ridge,
Blew his way to Canton, then to Scranton,
Till he landed under the Manhattan Bridge.
Daddy was the new sensation, got himself a congregation,
Built up quite an operation down below.
With the pie-eyed piper blowing, while the muscatel was flowing,
All the cats were go, go, go-ing down below.
Daddy was the new sensation, got himself a congregation,
Built up quite an operation down below.With the pie-eyed piper blowing, while the muscatel was flowing,
All the cats were go, go, go-ing down below.
Flip your wings and fly to Daddy,Flip your wings and fly to Daddy,
Flip your wings and fly to Daddy,Fly, fly, fly to Daddy,
Take a dive and swim to Daddy,Take a dive and swim to Daddy,
Take a dive and swim to Daddy,
Swim, swim, swim to DaddyHit the floor and crawl to Daddy,
Hit the floor and crawl to Daddy,
Hit the floor and crawl to Daddy,
Crawl, crawl, crawl to Daddy,
And The Rhythm Of Life is a powerful beat,
Puts a tingle in your fingers and a tingle in your feet,
Rhythm in your bedroom,Rhythm in the street, Yes, The Rhythm Of Life is a powerful beat,
To feel The Rhythm Of Life, To feel the powerful beat,To feel the tingle in your fingers, To feel the tingle in your feet,
To feel The Rhythm Of Life, To feel the powerful beat,To feel the tingle in your fingers, To feel the tingle in your feet,
Flip your wings and fly to Daddy,
Take a dive and swim to Daddy,
Hit the floor and crawl to Daddy,
Daddy we got The Rhythm Of Life, Of life, of life, of life.

Yeah! Yeah! Yeah!

Man!

2007/05/08

A Lei do Tabaco


Depois de ler a troca de posts entre Francisco e Fernanda, ocorreu-me que fumar, poder fumar, é um direito divino, se fomos deitos à Sua imagem, é lógico achar que Ele também gostará de um cigarro depois do jantar, com um copo na mão e três horas de conversa.

Jornalismo de sarjeta

Não faltam politicos e não só, que se queixam do jornalismo em Portugal, no primeiro caso é o mesmo que ouvir os pescadores a culparem o mar pelo naufrágio, logo as tentativas de controle dos media faz tanto sentido como tentar controlar os oceanos.

2007/05/07

A Semana que ainda não passou

Lino, o Cómico

Há quem me garanta que a piada de Lino deixa antever um recuo na OTA, um recuo que está a ser alimentado por gente ligada a Jorge Coelho, exigindo a saída de Lino a curto prazo, sendo que este não estando pelos ajustes acaba por afirmar a sua independência face a Sócrates arreganhado a tacha a uma plateia inteira. Vale o que vale e a ver vamos.


A crise da CML


Ao fim de duas semanas muito animadas, já podemos olhar com um mínimo de distanciamento, ainda que com muita cautela, para os últimos desenvolvimentos na CML.

Numa situação difícil, onde claramente Carmona Rodrigues deixou bem clara a sua incapacidade de gerir crises, a violação do segredo de justiça que se verificou na véspera de um debate mensal que se constituía de importância vital para o PM e o líder da oposição, veio colocar um ponto final nesta questão.

É preciso perceber o porquê de tal fuga, que fins teve e que objectivos se queriam atingir. O facto foi praticamente ignorado por todos os órgãos de comunicação social, entretidos com o “regresso” do Dr. Paulo Portas. Era bom saber, quem, como e porquê se deu esta fuga.

A partir deste momento, Marques Mendes, visivelmente enervado, tinha três hipóteses para resolver esta situação: Deixar tudo como estava, substituir Carmona por Marina Ferreira ou promover eleições intercalares. Só esta última lhe garantia reconhecimento. Assim o fez e bem.
Nesse espaço de 48 horas, sucederam-se alguns episódios que já adivinhavam a solução que iria ser dada ao problema. As repetidas notícias que saíram sobre a “fuga para a frente” de Carmona para uma exposição de motorizadas, tentativas de Mendes em falar com ele, telefones desligados, ajudaram a preparar o terreno para uma decisão que acentuava a imagem de seriedade e firmeza de Mendes nestas situações, em oposição a uma inexplicável fuga de Carmona.

Mais do que eventuais erros de entendimento de Carmona numa alegada conversa com Mendes, foi a ideia que este o estava a “queimar” que o deve ter levado ao acto de desespero de não se demitir de imediato.

Acto que em si encerra pouco mais significados que esse, um ajuste de contas imediato. Uma espécie de aviso a Mendes que a sair só faria com a melhor imagem possível. Se no entanto, recordarmos outros incidentes do género, com Fontão e Gabriela seara, já havia notícias de tentativas de Mendes em acabar com esta situação, sempre com a oposição da convicção de Carmona que havia ainda espaço de manobra. Não havia.

O resto é conhecido, um discurso muito bom de Carmona, contra o sistema partidário, contra todos, colheu algumas simpatias, mas perdeu algum do seu brilho com a resposta imediata de Mendes num sempre difícil frente a frente com Judite de Sousa. Ainda pior quando eram postas a circular notícias de tentativas de aliciamento de substitutos dos vereadores para se juntarem a ele, e-mails a convocarem manifestações de apoio que se numa primeira tentativa tiveram sucesso, no domingo foi o que se viu.

O que resta?

Muita coisa ainda, daí a cautela nesta análise, muita mesmo.

Quem serão os candidatos? Pondo de parte, PCP, BE e mesmo o PP, temos a possibilidade de Carmona avançar sozinho, se bem que a ausência de apoios vote a iniciativa ao insucesso, os vários nomes do PSD e do PS que esperam a clarificação de que tipo de eleições estamos a falar, intercalares ou antecipadas, o que condicionará mais o PSD que o PS. Neste último, a dança de nomes tem mais razões para além desta.

O nome de Seguro é pouco simpático a Sócrates, João Soares poderá arriscar uma quarta derrota do PS, pelo que será interessante ver como os socialistas vão resolver o problema em mãos.
Note-se que o avanço do nome de António Costa não me parece ter outro objectivo que o de dizer eloquentemente que os que apoiam Sócrates sabem bem quais as ambições de Costa e que não lhe perdoam o silêncio estratégico a que este se votou na questão da licenciatura.


Sarkô e os avisos à navegação


A vitória de Sarkô, o ar cabisbaixo de Paulo Dentinho, os avisos fúnebres de distúrbios nos arredores de Paris, que confirmam como a extrema-esquerda vive mal com a democracia e não hesita em usar da ameaça da violência urbana para condicionar votos, constituem mais um testemunho de como as esquerda não se reinventou, continua agarrada aos velhos clichés e discursos planfetários. Depois da terceira via de Blair, da previsível vitória de Cameron, a vitória deste filho de emigrantes, constitui um sério aviso à navegação para quem ainda não sacudiu as memórias de uma Europa anterior à queda do Muro de Berlim.


O Jardim da Madeira

O mesmo se pode dizer da esquerda portuguesa face aos resultados de ontem na Madeira. Jardim até se deu ao luxo de encenar uma birra desnecessária com um dos homens mais bem vistos na ilha, para garantir uma maior dispersão de votos na oposição e reduzir o PS a uma representação irrisória.

Vitalino Canas, que deveria entrar para a história como um dos porta-vozes menos capazes do PS, bem tentou acentuar a futilidade do acto mas já vem tarde. A posição do Governo foi vergonhosa, na ânsia de derrotarem Jardim, numa espécie de novela de mau gosto onde Vitalino por pouco não dizia com todas as letras “pois, pois, sempre quero ver como é que ele se aguenta sem dinheiro?!”, com um esforço e veríamos o mesmo homenzito a pedir que lhe cortassem um membro qualquer, “pois, pois, agora sem bracinhos?!!”, “e sem perninhas!??”… enfim, uma tristeza, a que o povo da Madeira respondeu democraticamente com um resultado que nem é bem uma vitória, é um esmagamento total.

Jardim, ajuda à matemática do PSD de Mendes que já venceu 3 vezes um Governo de maioria absoluta, contra um conjunto de opositores internos que contam entre variadas cabeças pensantes, vultos sem a menor capacidade de reciocinio como Menezes (uma espécie de cata-vento humano), Lopes da Costa, Sanatana Lopes e Henrique Freitas, mais um mini grupo de satélites que pouco fazem que papagear disparates. Razão têm aqueles que não sendo Mendistas, nele vêm um grande sentido estratégico e uma enorme coragem.

A ideia que o governo não vai alterar a lei das finanças regionais é discutível, há muitas maneiras de compensar a perda de fundos, é esperar para ver como é que Sócrates vai reagir.

2007/04/18

Espero novidades

A Universidade Independente (UnI) terá funcionado nos anos lectivos de 1993/94, 1994/95 e até Janeiro de 1996 no prédio da Rua Fernando Palha, 69 e Rua do Telhal, 8A e 8B tornejando para a Rua da Fraternidade Operária, em Lisboa, arrendado ao construtor civil Saúl Maia de Campos.O edifício, premiado com o Prémio Valmor na Avenida Marechal Gomes da Costa, Lote 9, era pertença do Instituto Pasteur de Lisboa (Virgílio Leitão Vieira dos Santos & Filhos, S.A.) uma empresa farmacêutica, que aí funcionava, uma empresa que havia sido comprada pela multinacional Wyeth.

Em Agosto de 1994, a Wyeth deixou as instalações da Avenida Marechal Gomes da Costa para novas instalações. O prédio da Avenida Marechal Gomes da Costa, como se disse propriedade do Instituto Pasteur de Lisboa, foi vendido à Imoleasing (do grupo Caixa Geral de Depósitos) que o terá cedido depois à Sides (empresa detentora da Universidade Independente). No último andar do edifício da Marechal Gomes da Costa, depois da saída do Instituto Pasteur terá ainda funcionado a SIBS.

O prédio foi depois submetido a obras de adaptação para albergar a Universidade e esta terá mudado definitivamente nas férias de Natal de 1995, começando a funcionar as aulas na Marechal Gomes da Costa em Janeiro de 1996.

No histórico do site da UnI pode ler-se o seguinte: "A Universidade Independente iniciou as suas actividades na Zona Oriental de Lisboa, num edifício sito na Rua Fernando Palha. Devido ao seu enorme crescimento, em 1995, foi adquirido o antigo Edifício Pasteur, situado numa das principais avenidas de acesso ao Parque das Nações".

O Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), que José Sócrates frequentou no ano lectivo de 1994/95, fica a poucas centenas de metros de distância das instalações onde a UnI terá começado a funcionar em Janeiro de 1996. O prédio da Rua Fernando Palha, 69 fica a cerca de 4 km do ISEL

in do Portugal Profundo


ANTECIPO DESDE JÁ A RESPOSTA DO GABINETE DO PM.~

" O Gabinete do PM diz que para um maratonista como Sócrates 4 km fae-se num
tirinho!"

Mas que coisa foi aquela?!

Chego a casa, atiro-me para cima do sofá, ligo o televisor de extraordinária qualidade que tenho o orgulho de possuir, faltam 5 minutos para as 20.00.

Acendo um cigarro, faço um zapping rápido entre AXN, Fox e Fox Live, volto para os nacionais e eis que me deparo como a cara do tal Reitor ou coisa que o valha, começa, não começa e ai que não se ouve bem.

Mentalmente penso nos pobres alunos e desejo que pelo menos este consiga dizer duas seguidas depois do inacreditável espectáculo do Vice nos Prós e Contras. (já sei, já sei, parece que o tipo é bom que se farta com um par de alicates e duas dúzias de fios, mas isso é coisa diversa)
Ao fim de uns minutos, já nem sabia que estava mais irritado, se eu ou os jornalistas.

A Conferência da UNI foi um dos momentos mais surreais a que pude assistir nos últimos tempos, seguindo de uma sessão de perguntas e respostas (acho que foi isso que aquela coisa foi) ainda mais maluca.

Pobre PM, devia estar aos pontapés às cadeiras, aos assessores e secretárias. Que tragédia grega. Mais valia terem se atirado ao PM.

Enfim, vamos lá ver o que por aí mais virá. A julgar pelas últimas do Cerejo, começo a achar o silêncio de António Costa muitíssimo eloquente.

2007/04/17

You have one life left...

José Sócrates terá feito a cadeira de Inglês Técnico ­– uma das cinco que realizou na Universidade Independente para concluir a licenciatura em Engenharia Civil – através de um pequeno trabalho entregue numa folha A4, que fez chegar ao reitor acompanhado de um cartão do seu gabinete de secretário de Estado.

O cartão e a folha A4 foram encontrados no processo do aluno José Sócrates pela nova equipa que está à frente da Universidade Independente.
O SOL apurou que está previsto estes dois documentos serem apresentados durante a anunciada conferência de imprensa da nova direcção, com a indicação de que o dossiê escolar de Sócrates, nesta cadeira, não contém qualquer outro elemento de avaliação.

Um destes documentos é, então, um cartão de José Sócrates (subscrito enquanto secretário de Estado adjunto do ministro do Ambiente e que tem o timbre do seu gabinete), em que este escreveu, pelo seu punho: «Meu caro, como combinado aqui vai o texto para a minha cadeira de Inglês».

Agrafada a este cartão, está uma folha A4, com um pequeno texto em inglês, que corresponderá à resposta a menos de uma dezena de alíneas.
Segundo apurou o SOL, este «trabalho para a cadeira de Inglês» é o único documento escolar de Sócrates desta cadeira e terá servido para concluir a sua avaliação final a Inglês Técnico.

Contactado, o gabinete do primeiro-ministro informa que, a haver comentários ao caso, ficarão para depois da conferência de imprensa da UnI.
A conferência de imprensa, que estava marcada para hoje às 18h foi entretanto adiada para amanhã, quarta-feira.

Ontem, a direcção da UnI prometeu revelações importantes na investigação empreendida pela Universidade ao processo do aluno José Sócrates.

graca.rosendo@sol.pt
felicia.cabrita@sol.pt

2007/04/16

Conclusões do Caso Sócrates (pelo menos até agora)

José Sócrates, por clara inépcia, perde muito nestas últimas semanas. Em primeiro lugar, cometeu um erro grave logo de início. Ficou calado, a justificação coxa do processo de averiguações à UI pelo ME teria tido cabimento apenas e se Gago tivesse assumido as despesas da casa e anunciado um grave problema da UI que tivesse justificado aquela desculpa para um dossier de aluno que chegou ás mãos dos jornalistas do Público. Gago fez pior, entusiasmado, isolou o pobre PM e em vez de caracteriza-lo como mais uma das vítimas de uma instituição que desrespeitava os seus alunos, resolveu colocá-lo à parte do resto dos seus colegas. Sócrates era diferente, era excepcional, era exemplar.
Ora bolas! Com esta já o lixou. – Pensei cá para mim – Basta apanharem mais uma confusão que não possa ser atribuída à UI e lixam o PM.
Dito e feito. Logo no dia seguinte, saltava a história da biografia da AR.
Outro erro, foi o excessivo zelo posto pelo próprio e pelos assessores em controlarem danos na imprensa. Duplo erro. Em primeiro lugar, confirmava mais uma vez o inexplicável e suspeito nervosismo sobre uma questão que poderia ter sido resolvida em menos de um esfregar de olhos, em segundo lugar, os excessos de linguagem (perfeitamente claros no caso de Sarsfield Cabral) e um tom anormalmente ameaçador galvanizou os jornalistas, mesmo aqueles que até ali davam pouca importância ao assunto.
Aqui, não se deve esquecer a péssima opção de controlar os danos nos órgãos de comunicação públicos, que em menos de uma semana estavam isolados do resto do “coro” mediático, com o público a perguntar-se porquê.

Primeira conclusão: As acusações de manipulação e pressão sobre os jornalistas, cuja simples existência de assessores não justifica, tornou-se mais do que uma suspeita aos olhos das pessoas, é hoje uma certeza que serve de base para sketches humorísticos.



Outro erro, logo após o silêncio, foi dar não uma entrevista, mas uma verdadeira conferência de imprensa. Não foi confrontado com verdadeiras questões, não foi molestado no discurso que tinha engatilhado e ensaiado. Por outras palavras, teve espaço e tempo para explicar tudo o que quis. Corria o risco de ser desmentido por factos posteriores e ajudou a que tal acontecesse com mais um péssimo apontamento, muito notado por estas bandas, ao revelar um profundo desprezo pela blogosfera, mais valia não ter dito nada.

Segunda conclusão: A escolha de um momento de total esclarecimento, isolado, transformado num momento televisivo, não serve de nada se não se estiver preparado para realmente esclarecer tudo. Mais uma vez a sua veia controladora teve um efeito de ricochete, ajudando à festa galvanizando todos e mais alguns bloggers que por aqui escrevem.

Argumente-se que se nada houvesse a esconder que esta questão estaria arrumada. É verdade. No entanto, estou em crer que pouco mais se poderá apurar que altere a percepção que se estabeleceu. Que o PM foi beneficiou de especiais facilidades para obter uma licenciatura. Justa ou injustamente essa imagem “colou” ao PM e não sairá facilmente.
Não quero com isto insinuar que há muito mais coisas “escondidas”, não faço ideia, espero que para o bem de todos não se descubra que o PM mente sobre tudo o que afirmou na entrevista, era mau para todos, mas leva à última conclusão: Esta história nasce de uma investigação na blogosfera e por ela tem sido desenvolvida, o jornais praticamente limitam-se a confirmar as informações que por cá aparecem, o que atesta que o PM deveria ter tido um pouco mais de atenção ao que as novas tecnologias e a sua utilização em rede, algo que não deixa de ser caricato.

2007/04/13

A culpa de outros

"(...)Acontece que isto não é só um problemazinho dele, afecta todo um País, e afecta também o seu próprio partido. Com ou sem Sócrates o PS tinha todas as condições para indicar um novo PM, e evitar novas legislativas. Tinha, mas já não tem. Ao cairem todos na tentação em que caiu uma boa parte do PSD, no período negro santanista, e ao reduzirem tudo a uma mera questão 'clubística' e de fé, para lá de qualquer réstia de lucidez, racionalidade, bom senso ou sentido de estado, canibalizam toda e qualquer coisinha que pudesse ter restado da maioria absoluta de que dispunham. Ponto.

Para terminar, apraz-me registar o regresso do jornalismo de investigação - puro e duro - agora que fechou "O Independente", lamentavelmente, e na esmagadora maioria dos casos, apenas sobre a forma de refreshes e mais refreshes ao blog, e caixas de comentários do Portugal Profundo. Acontece que não basta saber ler, é preciso saber pensar, e fazer contas... Dito isto o reitor da Universidade Independente até Junho de 1996, foi o Prof. Doutor Ernesto Costa, actualmente professor catedrático da FCT da Universidade de Coimbra, e só depois dessa data é que o Prof. Arouca assumiu o cargo de reitor. Vá lá, agora vão ouvir a 'genial' entrevista outra vez, na parte dos atrasos no certificado de equivalências ..." escreveu o Manuel da GLQL e eu lá fui obedientemente fazer isso mesmo.

Confirma-se o que mais se poderia temer no gabinete do PM: As criticas que choveram sobre as ignóbeis insinuações da blogsofera, com a qual Sócrates não perdia tempo, as de um "poderoso" (?!?!?) manipulador mediático como Marques Mendes e dois ou três Jornais nestas últimas 48 horas serão, ainda que lentamente, substituidas com elogios e no mínimo um espantado "...pelos vistos!".

Esta última notícia, que irá certamente aparecer nos jornais já amanhã, é terrivel e qualquer resposta que seja dada pelo Gabinete do PM, menos uma, obriga a pensar na possibilidade de o pedido de equivalencias feita no ISEL ter ocorrido na perspectiva da chegada de Arouca. É bom que Sócrates apresente um pedido feito ao ISEL em julho de 95, o que para quem guarda recibos de propinas deve ser coisa simples, sob pena de criar uma situação insustentável. Uma situação da qual só pode resultar favorecimento para Sócrates.
Vamos ver o que se seguirá.

Temos então, as questões:

Para os Serviços da AR
A biografia parlamentar, onde está o original?
Como é que existem registos diferentes na AR, em sitios diferentes, com base num só documento e o mesmo desapareceu?
Quando aparece a fotócopia com os acrescentos?
Quando se corrige uma biografia (no original e a horas presumo) porque é que os serviços não ligam peva e na edição respectiva fica a informação errada?

Para Sócrates ou Serviços do ISEL
Quando foi pedido o certificado de equivalencias ao ISEL por José Sócrates? Um ano antes? Menos? Muito menos?! Depois de Junho de 96?

Para não haver mais surpresas
Se afinal Sócrates ainda teve tempo para andar inscrito na Lusíada (aposto que só tirou negativas) e em Direito (?!!) não seria melhor sabermos se por acaso não andou a tirar outro curso qualquer na Covilhã?


Estou numa fase em que realmente já só espero que "isto" tenha mesmo uma resposta com alguma lógica.


Aditamento (que não me consola nada):

Certificados de Sócrates com notas e datas diferentes 13.04.2007 - 20h05 Ricardo Dias Felner

Um certificado de habilitações de José Sócrates, cujo original está na posse da Câmara Municipal da Covilhã, não coincide com o certificado que consta do seu dossier de aluno na Universidade Independente (UnI) e que foi revelado na RTP, na quarta-feira, pelo próprio primeiro-ministro.

(...)

As notas agora reveladas pelo certificado enviado para a Câmara Municipal da Covilhã correspondem às notas inscritas numa folha, apresentada como pauta ao PÚBLICO, que faz parte do dossier de aluno de José Sócrates. Na primeira investigação publicada sobre o caso neste jornal, no dia 22 de Março, já se dava conta das divergências de notas registadas nessa pauta e no certificado de habilitações que também constava do processo.

in Público mais documentos em causa

2007/04/12

Modest Mouse (não é uma indirecta)

Um dia com Sócrates

Vamos lá perorar sobre a entrevista do PM ontem na RTP:

Se alguém achava que de uma entrevista a um orgão de comunicação que manteve um inexplicável blackout informativo durante quase 2 semanas poderia resultar algo diverso do que ontem vimos e ouvimos acredito que tenha ficado esclarecido.

Qualquer neófito sabe bem que a grande dificuldade de este tipo de entrevistas (pensemos Judite de Sousa) reside na irritante mania que os jornalistas têm de interromper o entrevistado com perguntas do género: "não está a responder à minha questão?" e "não foi isso que lhe foi perguntado", etc... nada disso se passou ontem.

Foi um quase passeio para um PM visivelmente cansado de duas semanas de media training com os seus assessores, contrariando de resto a ideia que transmitiu inicialmente que não fizera preparação esopecial nenhuma para aquelas questões. Por diversas vezes, por palavras e gestos, que não teria feito outra coisa.

Tire-se o chapéu ao PM que para quem não está mininmamente informado sobre este dossiê, foi perfeito, nota 10! Convenceu em toda a linha.

Ora, para quem leu alguma coisa, ficaram muitas dúvidas por esclarecer. Quase todas, algumas muito importantes, como saber se não foi muito temerário da parte do PM dizer que tinha uma relação quase impessoal com António José Morais, como explicar os dois registos da AR mas na biografia só está a não "corrigida", a razão das mudanças periódicas no CV no site do Governo e do PS, as pressões sobre jornalistas, só para mencionar algumas.


Outras ficaram por fazer, como saber o que levou o director do DN a despedir F. S. Cabral anteontem? Saber se na tomada de posse do então Sec. Estado, José Sócrates, foi chamado a prestar juramento como Engenheiro, licenciado ou senhor? (e aqui estamos a falar de um juramento perante a CRP e não de um papel qualquer) Eventuais interesses económicos sobre a separação do cobre do digital impediram certos órgãos de dar a sua opinião ou investigarem esta questão?

Curiosamente que também fiz uma transferência entre universidades por alturas em que o PM fez a dele, lembro-me bem que tive levar o certificado comigo ou não havia inscrição sequer. Um deputado acha que a ignorância sobre estes procedimentos é de menosprezar? Enfim... tantas questões.

Dizer que não está fraglizado é no mínimo cedo, senão uma mentira descarada, porque os factos presentes não são meras insinuações e fazem e farão mossa.

Para terminar, a reacção de Mendes, que imagino dificilima de redigir, ficou entre ser duro e exigir uma ida à AR ou chutar para canto e esperar desenvolvimentos, dizebdo que não estava convencido e pouco mais (vinham logo os menezistas falar nos dois meses de aulas que ele deu na UNI).
Pediu uma comissão independente e respondeu para dentro do PSD, pediu que se investigasse e respondeu para todos, falou de falha moral e das duas uma, ou tinha informações que a justificassem ou não tinha.
Aqui, acho que escorregou, se afirma tal coisa tem de apresentar provas definitivas, também se o fizesse justificava a teoria da cabala contra o PM.

Estou em crer que a procissão vai no adro.

2007/04/10

Parece-me apropriado...

Urdidura

Deixem-me ver se compreendo:

A Universidade Independente, tratou mal os papeis da licenciatura de José Sócrates, os serviços da AR confundiram as habilitações de José Sócrates em 1993 e até o Diário da República fez asneira no elenco do governo de Guterres em 95... Bolas! Falava o Santana de urdiduras!! Isto sim, é que é uma urdidura! Não há serviço que não tente denegrir o nosso PM!!

2007/04/04

oh shit!

São Bento remeteu explicações para a UnI
Estudo diz que não houve nenhum diplomado no curso de Sócrates em 1996
04.04.2007 - 23h30 Ricardo Dias Felner

Um estudo do Ministério do Ensino Superior revela que em 1996 não houve nenhum aluno diplomado em Engenharia Civil, pela Universidade Independente (UnI). Este dado contraria os documentos, apresentados ao PÚBLICO como fazendo prova da licenciatura do primeiro-ministro, que indicavam que José Sócrates havia concluído o curso no dia 8 de Setembro de 1996. (Ver mais amanhã no PÚBLICO)

Em declarações ao PÚBLICO, o assessor de imprensa do primeiro-ministro, Luís Bernardo, reafirmou que “o primeiro-ministro acabou a licenciatura em 1996”, remetendo qualquer explicação sobre o resultado do estudo para a UnI. “Isso não é um problema do primeiro-ministro. A questão terá de ser colocada à UnI e ao Ministério do Ensino Superior.”Contactado pelo PÚBLICO, o reitor da UnI à época, Luís Arouca, recusou-se a dar qualquer esclarecimento. “Estou em completo black out relativamente a esse assunto”, disse. De acordo com o levantamento estatístico Diplomados (1993/2002), elaborado em 2004 pelo Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES), só se licenciaram na UnI, no ano de 1996, alunos dos cursos de Ciências da Comunicação (67) e de Relações Internacionais (25).A razão pela qual a maioria dos cursos ainda não tinha qualquer licenciado, nesse período, deve-se ao facto de a UnI ter começado a funcionar em 1994/95.
Na página 177 do documento do OCES pode ler-se que, para o curso de Engenharia Civil, os primeiros diplomados só surgem em 1997/98 — e são sete. Este número coincide com o valor apresentado num relatório de avaliação externa do curso de Engenharia Civil da UnI, elaborado por uma comissão independente. A pista sobre este levantamento foi dada por um leitor anónimo do blogue Do Portugal Profundo, cujo autor, António Balbino Caldeira, tem levantado, desde 2005, dúvidas sobre o currículo académico de José Sócrates. Os dados do documento (disponível no site da OCES) têm por base, como é escrito na introdução, “a resposta dos estabelecimentos de ensino superior ao inquérito estatístico anual realizado pelo OCES” — um organismo pertencente ao Ministério da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior. Em declarações ao PÚBLICO, há três semanas, o primeiro-ministro, o antigo reitor da instituição e o então director do departamento de Engenharia Civil garantiram que, logo em 1996, quando o curso tinha apenas dois anos, houve alunos, transferidos de outras instituições, a frequentar cadeiras dos terceiro e quinto anos da licenciatura em Engenharia Civil, entre os quais estava o próprio José Sócrates.

Esta versão foi contudo contrariada, na mesma altura, pelo director da Faculdade de Engenharia e vice-reitor, Eurico Calado. Este professor afirmou que em 1996 só funcionaram aulas dos primeiro e segundo anos do curso de Engenharia Civil. Quem deu as aulas?Esta não é, no entanto, a única contradição que subsiste relativamente à licenciatura de José Sócrates. Permanece pouco claro quem leccionou as cinco disciplinas que o actual primeiro-ministro terá concluído naquela instituição. O director à época do departamento de Engenharia Civil, António José Morais, afirmara ao PÚBLICO (ver edição de 22 de Março) que fora responsável por quatro dessas cadeiras, todas na área das estruturas. O ex-reitor Luís Arouca, por sua vez, acrescentara que Fernando Guterres dera algumas dessas aulas práticas.

No “Expresso” da semana passada, por sua vez, António José Morais citou um outro docente, “o monitor Silvino Alves”, que também terá leccionado essas cadeiras.Sucede que num currículo exaustivo de António José Morais, o docente apenas refere ter leccionado, em 1996, na UnI, as disciplinas de Betão Armado e Pré-Esforçado e Teoria das Estruturas. A primeira cadeira terá sido concluída por José Sócrates, mas a segunda não aparece sequer no plano curricular do curso. De fora ficam, assim, três cadeiras que António José Morais dissera ter ministrado a José Sócrates nesse período: Análise de Estruturas (3º ano), Projecto e Dissertação (5º ano) e Estruturas Especiais (5º ano).

No mesmo currículo, com 43 páginas, António José Morais indica que só leccionou a cadeira de Projecto, em 1997, ou seja, quando José Sócrates já teria a licenciatura finalizada. Questionado por e-mail sobre estas contradições e sobre as aulas dadas pelo “monitor Silvino Alves”, António José Morais manteve que leccionou as quatro disciplinas de estruturas e que, “em todas”, teve “mais que um aluno”, acabando por concluir: “Desconheço que versão de currículo viu”. Acrescentaria depois que “Teoria é o mesmo que Análise”.


A explicação do Governo
O gabinete do ministro do Ensino Superior, contactado pelo PÚBLICO, afirmou que os dados do relatório do OCES quanto ao número anual de licenciados não incluem, “para qualquer dos cursos, os alunos que, tendo ingressado por transferência, tenham concluído a licenciatura através de um plano de estudos fixado na sequência de um processo de equivalência”. Este critério não está, contudo, explicado no relatório — antes pelo contrário. Na introdução do documento, onde se explica o âmbito do estudo, concretiza-se que as estatísticas se referem “ao grau de licenciado, obtido através de diferentes percursos académicos”. A explicação do Ministério do Ensino Superior parece também ser contraditória com o facto de, na própria UnI, nos cursos de Ciências da Comunicação e Relações Internacionais, serem indicados no relatório como diplomados, logo em 1996, dezenas de alunos que ali ingressaram por transferência.

História Pt. II

Noticiava no DE a 30/08/2001, o jornalista Mário Baptista...


“O Ministro da AI, Severiano Teixeira, mandou ontem arquivar o processo disciplinar ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Infra-Estruturas), António Morais, no âmbito das investigações à Fundação para a Prevenção e Segurança.
O ministro contraria assim o primeiro relatório da IGAI., que preconizava a instauração do processo a Morais….”


Neste segundo relatório do IGAI estava escrito que “não se indicia a violação de nenhum dos deveres enunciados” na lei sobre o estatuto disciplinar dos funcionários públicos, propondo-se o arquivamento do mesmo.

Estava em causa a falta de documentos escritos para as obras na Quinta de S. António, na Pontinha e contradições entre responsáveis envolvidos.
O PSD e PP tinham acusado Morais de duplicação de verbas para permitir a construção de um edifício para a FPS, usando dinheiro do PIDDAC para outro fim.

O relatório justificava que as dúvidas relativamente ao destino das obras aconteceram porque o GEPI e o seu director, “desconheciam” que o Governo Civil e a FPS tinham celebrado um protocolo relativamente à cedência da quinta, apesar da tutela destes dois organismos estar sobre a alçada do mesmo Secretário de Estado, à época Armando Vara.

O DE terminava então a notícia, dizendo que a decisão contrariava a recomendação do inspector que conduzira o primeiro processo, de nome João Gonçalves, que se afastou do processo invocando “pressões profissionais e institucionais”, substituído por Adelaide Sequeira, do MP, depois de ter visto a sua recomendação de instauração de um processo disciplinar rejeitada pela sua superior hierárquica Fátima Carvalho.

História Pt. I

Presidente do IGFPJ apresenta demissão

O presidente do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça (IGFPJ) apresentou hoje a demissão, que foi aceite, na sequência da requisição de uma funcionária sem concurso, disse uma fonte do Ministério da Justiça.

DE com Lusa

O pedido de demissão de António Morais surgiu depois da decisão daquele Instituto de cessar as comissões de serviço de dois responsáveis, na sequência de uma notícia do semanário 'Independente' sobre a requisição de uma funcionária sem concurso.Segundo o jornal, Neidi Becker, cidadã brasileira, foi requisitada "pelo Estado para ser a responsável pelo departamento de logística do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça" durante três anos, sem ter sido aberto concurso.

O jornal acrescenta que o presidente do IGFPJ autorizou a sua contratação por sugestão do director do departamento da administração geral do Instituto, Ernesto Moreira.Em comunicado, o Conselho Directivo do IGFPJ informou hoje de manhã que decidiu "cessar as comissões de serviço da Dra. Neidi Becker e do Dr. Ernesto Moreira".

Ao 'Independente', Ernesto Moreira disse que "não era preciso" ter aberto concurso, acrescentando que houve mais candidatos ao lugar.

Segundo o jornal, o ordenado de Neidi Becker estava estabelecido em cerca de 1700 euros mensais.

Antes de ser requisitada para o IGFPJ, Neidi Becker era funcionária de um restaurante no Centro Comercial Colombo, em Lisboa.

O IGFPJ sublinha no comunicado que a técnica em causa "não foi requisitada pelo ministro da Justiça ou qualquer outro membro do Governo", mas sim pelo Instituto, que "tem autonomia administrativa, financeira e patrimonial".

O Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça tem diversas competências, como o pagamento de vencimentos e abonos dos funcionários do Ministério da Justiça ou o controlo orçamental da Secretaria-Geral da Justiça.

O medo da sarjeta

Nos idos tempos de Pedro Santana Lopes no Governo, a nação acordou alvoraçada com a possibilidade de o Governo criar uma central de comunicação. Coisa diabólica, censura política, lápis azul e coisas que tais, pressurosamente encontradas para adjectivar uma reorganização na forma de contacto do Governo com a comunicação social. E o Governo lá foi apascentado pelos cultores do politicamente correcto, eles sim detentores de lápis azuis, e a central de comunicação acabou por ficar pelo papel.
Ninguém espera, claro, que os cultores do lápis azul, os que verdadeiramente determinam quando é que a nação deve indignar-se, se esqueçam das suas simpatias políticas. Os censores servem para isso mesmo. O que já se esperava é que, 30 anos depois de Abril, os censores do regime disfarçassem melhor, e com maior pudor, ao serviço de quem pululam, permitindo que um véu, pelo menos ténue, lhes cobrisse as intenções.

Dois exemplos recentes demonstram o estado da coisa e desmascaram o Estado metido nela: as profusas declarações de Augusto Santos Silva, censor máximo do jornalismo de sarjeta e o tratamento jornalístico dado às constantes mutações na biografia oficial de José Sócrates.
Que um ministro se arrogue o direito de classificar, com força de lei ou regulamento, com eficácia geral, o que deve ser um (proibido) jornalismo de sarjeta, deveria provocar reacções proporcionais à enorme violação da liberdade de expressão, nas suas várias vertentes, que ali se espreita. Mas parece que não. Tudo calado, com raras – mas tardias, demonstrando que a blogosfera serve afinal para muito – excepções.
O que é o jornalismo de sarjeta? É o jornalismo de que não gosta Augusto Santos Silva. Como sair dessa sarjeta? Agradando a Augusto Santos Silva. Claro como água, azul como o lápis.
Claro que, se a mão que empunhasse o lápis não fosse canhota, ai Jesus que vem aí o Salazar e querem acabar com a liberdade. Mas como a mão que o empunha é a mesma que cerra os punhos, tudo se passa como se nada se passasse, e viva a regulação e viva a qualidade e mais não sei o quê. Já ninguém se lembra da central de comunicação de Santana, claro, nem do cuspo com que a recebeu, tão ocupados que estão no beija-mão oficial às canhotas mãos.
Tudo não passaria de uns maravilhosos parágrafos para enxertar no livro de Santana Lopes não fosse, final, verdade tudo quanto venho escrevendo neste post. Pois que foi em nome do jornalismo de sarjeta que a quase universalidade dos nossos meios de comunicação social se escusou a publicar e investigar um assunto de evidente interesse público.
Não falo de uma falta de licenciatura, não, sem esquecer que a falta da dita serve sempre para atacar e denegrir quem está na política: são os carreiristas e senhores do aparelho. Mas não. Nem disso falo, que nunca fui nessas cantigas. Falo da possibilidade de mentiras, as tais que matam os políticos, sobretudo à direita claro está e da eventualidade de favorecimentos, dos tais que matam os políticos, sobretudo à direita claro está.
Receosos de serem remetidos à sarjeta, quase tudo se calou. E os poucos que falaram, que ousaram colocar o pezinho em rama verde, fizeram-no com um respeitinho tal que nos vieram à memória primeiras páginas sem respeitinho nenhum. Munidos de paninhos quentes, que faltam quase sempre, infelizmente, os corajosos fizeram o que puderam para noticiar sem irritar, publicar sem denegrir, dizer sem contraditar.
E os telefonemas, centralizados ou não, lá se fizeram, claro, com os seus efeitos. Tudo muito normal, evidentemente, que o número foi digitado por mão canhota e é em nome da qualidade e do rigor da profissão e não, como esses diabos do Governo do Santana, que vinham acabar com a liberdade de abrir o bico.

Via O Insurgente

2007/03/27

Afirmação de final do dia

Estou com saudades do aquecimento global para pode ir para a praia…

…e nunca mais serei o mesmo.

Falo, obviamente, do programa final, do final do programa… aquela coisa dos grandes portugueses em que ganhou o candidato favorito dos taxistas.
O programa causou-me terríveis sensações, a começar pelo show da enterteiner comunista, quando lhe saltou um dentinho cá para fora enquanto ela nos falava do génio de Cunhal. Aquele dente, aquele dentinho branco, passeou-se naquela boca com um à vontade pornográfico que me distraiu totalmente dos argumentos que justificariam o alegado génio do pintor/escritor/desenhador e quase ditador. Uma pena. Não ajudou a tímida tentativa de striptease pela mesma lá para o meio.
Valeu-me o AXN, a Fox e Foxlife.