Segundo o Público, a Comissão Instaladora da Associação Portuguesa de Infertilidade (CIAPI) a legislação sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA) é discriminatória, deixando de fora as mulheres solteiras que pretendam ser mães: "Não bastava às pessoas inférteis a infelicidade da doença, não bastava o desprezo institucional a que vinham sendo votadas, agora perspectiva-se um diploma que definitivamente legitima a segregação oficial das pessoas inférteis".Os homens podem ser dadores de sémen, mas as mulheres não podem ser dadoras de ovócitos, tudo para evitar que as mulheres lésbicas possam engravidar, e agravando o fosso entre as pessoas com mais posses financeiras, que acedem às clínicas privadas, e as com menos recursos.
Escreve a Exma. Sr.ª Dr. Joana Amaral Dias.
Uma perguntinha apenas, é lícito prever na legislação a aprovar e cuja discussão tem estado ausente da sociedade, situações que não são menos importantes e também elas deveriam ser motivo de discussão?
É demasiado redutor o que resulta do texto, “tudo para evitar que…”, tudo o quê?! A que respeito a Exma. Sr.ª Dr. Joana Amaral Dias reduz as intenções de quem não partilha com ela das mesmas ideias a uma mera manobra para evitar que as lésbicas (ou como escreve a Exma. Sr.ª Dr. Joana Amaral Dias em claro abuso de argumentação lógica “as mulheres lésbicas”) possam engravidar! A grande maquinação nem seria essa, seria que os maus da fita querem obrigar as pobres lésbicas a traírem a sua condição com um marmanjo qualquer. Adiante!
À Exma. Sr.ª Dr. Joana Amaral Dias, não darei também o mesmo benefício da dúvida, quero lá saber se ela está genuinamente preocupada com as questões que a PMA envolve, eu bem sei que o que ela quer é que se consagre na prática a adopção de crianças por casais homossexuais sem ouvir seja quem for.
Então que tal, Exma. Sr.ª Dr. Joana Amaral Dias? Gosta que eu reduza as suas intenções não escritas a meros slogans?
Gosta que eu a julgue pelo que resolvi deduzir que pensa e sente, para meu próprio conforto?
2006/05/16
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