Confesso que sempre fiz questão de ser um tipo educado na empresa onde estagiava.
Como estava rodeado dos mais perfeitos anormais e como sou um belo snob, fazia mesmo ponto de honra em que quanto menos educados eram mais eu o era. Nunca comentava as mamas de uma funcionária com a malta da sala dos computadores, se comiam como se tivessem uma manjedoura eu dava ares de fidalgo, abria a porta e dava passagem, era um senhor. Afinal havia senhoras na empresa, nunca lhes dirigi um piropo mais atrevido.
Um belo dia, a casa de banho dos homens, à força de tão pouco puxarem o autoclismo avariou e tivemos que usar a das senhoras. O que me foi dado a ler nas portas ultrapassou as fantasias do canal 18. Eram tratados de pornografia, a dos homens eram em comparação, pouco mais que textos infantis e ainda por cima como claras tendências homossexuais. Aquilo era quase violento, visceral, recados para outras funcionárias sobre qual era o gajo que fodia melhor, que tinha melhor cu, que era mais cabrão, sonhos com quem não se metia em coboiadas, o que fizeram e iam fazer, queriam fazer e queriam que lhes fizessem.
Tive lá mais 4 meses, até terminar o estágio. Escusado será dizer que à primeira oportunidade confirmei as informações vertidas naquela casa de banho.
Nunca quis saber se escreveram recados sobre mim, por uma questão de higiene e de amor-próprio.
2006/05/15
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